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25% da população do Líbano sob ordem de evacuação: a crise humanitária se agrava!

2024-10-15

Autor: Gabriel

Crianças brincam em um lobby de hotel no bairro de Hamra, em Beirute, que agora abriga 800 pessoas forçadas a deixar suas casas devido à intensificação do conflito entre Israel e o Hezbollah.

Desde 20 de setembro, as Forças Armadas de Israel têm intensificado sua ofensiva no Líbano, emitindo ordens de evacuação para várias regiões do país. Essas ordens incluem áreas que Israel prevê bombear, especialmente no sul do país e na capital, Beirute.

A situação é crítica. Em apenas algumas semanas, mais de 1,2 milhão de pessoas foram forçadas a evacuar, representando cerca de 25% da população total do Líbano, que é de aproximadamente 5,4 milhões. "As pessoas estão fugindo com quase nada", lamenta Rema Jamous Imseis, diretora regional da ACNUR no Oriente Médio.

Particularmente no sul do Líbano, cerca de 20 vilarejos foram completamente desocupados com a ordem de evacuação. Minimamente protegidos, os cidadãos dependem da boa vontade da comunidade internacional e da frágil presença do exército libanês, que tem se mostrado incapaz de garantir a segurança da população.

As evacuações são comunicadas através de mensagens de celular e anúncios na mídia local, e a maioria da população atende a essas ordens devido ao medo das bombardeios. Israel argumenta que essas áreas são bastiões do Hezbollah, uma justificativa que aumenta o nível de tensão na região.

Além disso, a presença da missão de paz da ONU (UNIFIL) na área tem gerado controvérsias. No último fim de semana, Netanyahu pediu a retirada dessas forças de combate, argumentando que elas estão em risco devido à hostilidade da situação. O chefe da missão, entretanto, negou o pedido e reafirmou que a missão continuará a operar na área para proteger civis.

A tensão se intensificou ainda mais após o bombardeio de uma área majoritariamente cristã no norte do Líbano, o que não apenas preocupa as comunidades locais, mas também a comunidade internacional que observa a escalada do conflito com grande preocupação. Essa situação traz à tona não apenas questões de segurança, mas também uma grave crise humanitária, com milhares de deslocados e a contínua falta de alimentos e serviços básicos.

As discussões em torno da Resolução 1701 do Conselho de Segurança, que limita a presença militar no sul do Líbano, tornam-se ainda mais relevantes, já que é apenas por meio dessa força de paz que a população espera algum tipo de segurança. O futuro do Líbano parece incerto e perigoso, e o apelo por apoio humanitário se torna cada vez mais urgente.