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A alocação em Bolsa no Brasil está muito baixa? Entenda o que pode mudar!

2025-03-24

Autor: João

A recente valorização da Bolsa brasileira em 2023 tem sido um verdadeiro alerta: mesmo sem grandes transformações no cenário político e econômico do país, o mercado pode surpreender e deixar quem está de fora em desvantagem.

O BTG Pactual destaca que muitos alocadores e family offices cortaram sua exposição a ações brasileiras para níveis que lembram os de criptomoedas – ou seja, uma parte ínfima das carteiras. Esse rali nos mercados começa a gerar um real receio de estar perdendo oportunidades, conhecido como o 'fear of missing out'.

Em sua análise, o especialista Eduardo Rosman questiona: "Se essa tendência persistir e investidores estrangeiros continuarem a impulsionar a valorização, quando será que os investidores locais vão reconsiderar suas carteiras e retornar a ativos de maior risco?" Ele sugere que a resposta pode surgir em questão de semanas, não meses.

Importante ressaltar que o Brasil não é o único mercado emergente em alta; outros países estão também se beneficiando. A realocação global de investimentos, impulsionada por incertezas sobre a economia americana e o valuation do setor de tecnologia, levou investidores a deixarem a NYSE e Nasdaq, buscando novas oportunidades em outras Bolsas.

Uma pesquisa recente do Bank of America revela uma queda recorde na alocação em ações americanas, beneficiando, assim, mercados desenvolvidos e emergentes, incluindo o Brasil. De acordo com o JP Morgan, os mercados desenvolvidos da Europa atraíram US$ 14 bilhões em investimentos este ano, enquanto entre 2018 e 2024, a região viu uma saída líquida de recursos todos os anos.

Para o Brasil, os números são promissores: em 2025, o país recebeu R$ 5,5 bilhões em investimentos, excluindo a transação significativa entre Cosan e Vale. Em contrapartida, em 2024, a saída líquida foi de R$ 22 bilhões.

Entretanto, o clima de cautela persiste entre os investidores locais, especialmente devido às altas taxas de juros e uma perspectiva econômica pouco otimista. A dúvida que paira é: até quando essa hesitação continuará? Muitos gestores estão pensando nas eleições de 2026, acreditando que poderão ocorrer mudanças que conduzam a uma economia mais estável e racional. Contudo, ainda há quem considere que é muito cedo para prever essas mudanças, resultando em uma falta de clareza nas tendências de investimentos. A situação é volátil e pode mudar rapidamente.

Durante três dias de reuniões no Rio de Janeiro, o BTG observou que gestores estão aumentando investimentos em ações de setores de utilities, enquanto diminuem sua posição no setor financeiro, que teve um desempenho superior ao do Ibovespa este ano.

O BTG questiona: "Se investidores estrangeiros estão motivados a continuar o rali, os investidores locais deveriam de fato focar em utilities? Em um cenário onde o apetite por risco aumenta, todos os setores tendem a prosperar, mas alguns podem superar as utilities. Quem será a primeira a mudar essa estratégia?"

A incerteza do fluxo de investimentos na Bolsa brasileira continua a deixar os investidores em dúvida sobre qual será a postura dos estrangeiros nos próximos meses. Com um cenário em constante mudança e alianças financeiras se formando, o mercado pode revelar surpresas a qualquer momento.