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A ambição de Israel: a ampliação dos assentamentos nas Colinas de Golã após a queda de Assad na Síria

2024-12-16

Autor: Maria

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu anunciou um audacioso plano para dobrar a população nas Colinas de Golã, território capturado por Israel durante a Guerra dos Seis Dias em 1967. Netanyahu defende que essa expansão é vital devido ao surgimento de uma "nova frente" na fronteira com a Síria, especialmente após a queda do regime de Bashar al-Assad, que resultou em uma queda de controle militar na região.

Atualmente, mais de 30 assentamentos israelenses estão estabelecidos nas Colinas de Golã, abrigando cerca de 20 mil pessoas. Esses assentamentos são considerados ilegais pela comunidade internacional, embora Israel conteste essa visão. As for Segurança Israelense intensificaram sua presença na região, justificando que a mudança de controle em Damasco implicou o fracasso de acordos anteriores de cessar-fogo.

Em uma declaração feita recentemente, Netanyahu destacou que, mesmo com a ampliação dos assentamentos, Israel não busca um conflito com a Síria. Essa declaração, no entanto, é vista com ceticismo por muitos, dado o histórico de tensões na região.

Os impactos dessa decisão são profundos, considerando que as Colinas de Golã oferecem uma posição estratégica importante para Israel, permitindo uma clara vigilância sobre o sul da Síria e a capital Damasco, que está a apenas 60 quilômetros. Históricos conflitos entre as duas nações demonstram a relevância geopolítica desse território. Desde 1948 até 1967, a Síria utilizou artilharia a partir deste ponto contra Israel.

Além de sua importância estratégica, Golã também é uma fonte essencial de água em uma região árida. O abastecimento das chuvas que caem ali contribui significativamente para a água potável de Israel, representando um terço desse recurso. A terra fértil do Golã é propensa ao cultivo, tornando-se um pilar econômico na agricultura israelense.

A Síria, por sua vez, exige o retorno das Colinas de Golã em qualquer acordo de paz futuro. Durante os anos 1990, houve tentativas de negociação, mas nada resultou em um progresso tangível. Atualmente, as discussões permanecem interrompidas, especialmente após o agravamento da guerra civil na Síria, que complicou ainda mais a situação.

O tom de Netanyahu coincide com as críticas recentes do novo líder de fato da Síria, Ahmed al-Sharaa, que condenou os ataques aéreos israelenses na Síria, que teriam alvo em infraestruturas militares. O Observatório Sírio para os Direitos Humanos (SOHR) documentou mais de 450 ataques aéreos israelenses desde 8 de dezembro, levantando questões sobre a escalada do conflito e seus efeitos sobre a população civil.

Como Israel procederá nas Colinas de Golã e qual será a reação síria? Enquanto Netanyahu busca expandir os assentamentos, o futuro parece incerto e repleto de desafios. O tempo dirá se esse plano se tornará uma realidade ou se, como muitos pensam, será um catalisador para mais conflitos na região.