A artista que o Brasil perdeu: a emocionante jornada de Eugênia Vale

Eugênia Vale, conhecida como Gênia da Lua, deixou uma marca indelével na vida de seus amigos e admiradores. Com sua arte inovadora e expressiva, ela encantava a todos através de suas publicações no Instagram, onde sua persona vibrante atraía elogios e comentários entusiasmados. Sua capacidade de se transformar em várias versões de si mesma, como na foto em que aparece como oito jovens idênticas, mostrava não só sua criatividade, mas também uma profunda consciência social e cultural.

Desde pequena, em Juiz de Fora (MG), Eugênia demonstrava um espírito livre e alegre. Sua irmã, Gabriella Matias Vale, relembra como ela sempre era cheia de vida, cantando e dançando, mesmo diante das dificuldades que enfrentou na infância, como a perda precoce do pai, Valtenci Vale. Nos momentos de dor, ela se apegou à irmã como uma figura materna, enquanto sua mãe, Carmen Luiza Vale, dedicava seu tempo ao trabalho para sustentar a família.

Dentre os muitos desafios pessoais, Eugênia também enfrentou questões de racismo, sendo a única negra da parte materna de sua família. Sua força sempre foi admirável, e na faculdade, conquistou seu espaço nas ciências sociais, onde se destacou ao abordar temas como a questão agrária e a fome no Brasil em sua pesquisa de mestrado. Na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, ela encontrou um ambiente fértil para exercer sua criatividade e expressar suas ideias de forma única.

Fred Duvanel, um dos amigos que se tornaram influentes em sua vida, destaca sua habilidade de usar o corpo como veículo de arte e mensagem. Rafael de Oliveira Silva, um fotógrafo que também se formou em ciências sociais, confessa que Eugênia tinha o talento necessário para ser uma artista renomada, mesmo que o Brasil ainda não a conhecesse como merecia.

O amor de Eugênia por Felipe Machado começou de maneira inusitada, quando ele a conheceu em sua busca por um espaço no alojamento universitário. Após um tempo de amizade, o amor floresceu, culminando em um pedido de namoro feito de maneira tradicional, com a mãe de Eugênia, Carmen, como testemunha. Após sete anos juntos, o casal ficou noivo em 15 de junho.

Infelizmente, a vida de Eugênia foi interrompida tragicamente no dia 22 de novembro, aos 33 anos, após a terceira cirurgia para corrigir um problema em uma válvula cardíaca. Desde a infância, ela lidava com um problema cardíaco crônico decorrente de febre reumática. Sua partida deixou um vazio profundo nos corações de amigos e familiares, e sua memória será eternamente celebrada. Ela deixa para trás seu amado cachorro, Mirim, e seus gatos, Zodi, Letícia e Amendoim, que também sentirão sua falta.

A história de Eugênia Vale não é apenas a de uma artista, mas de uma mulher que, apesar das adversidades, sempre brilhou com intensidade. Vamos lembrar sua luz e lutar para que ela nunca seja esquecida!