A novela Volta por Cima estreou há uma semana e já está colhendo frutos positivos, tanto em termos de audiência quanto de repercussão junto ao público. A autora Claudia Souto compartilha que essa nova trama representa um verdadeiro divisor de águas em sua carreira, especialmente após um período repleto de desafios pessoais. "Essa novela é a minha volta por cima após um período de muita dor, quando você não sabe se vai conseguir se recuperar", afirma a novelista emocionada.

Claudia enfrentou um luto significativo após escrever Cara e Coragem, perdendo membros da sua família e amigos. "Não foi só a pandemia que afetou o mundo todo, mas também a minha dor pessoal, a perda da minha mãe e de amigos. Foi um período realmente difícil", desabafa. Ela acrescenta que recebeu uma indicação ao Emmy, que lhe deu esperança e luz para seguir criando. "Foi como se o destino dissesse: 'Vire a página, tudo vai dar certo, comece algo novo'."

No processo de recuperação, ela optou por se desconectar um pouco, voltando a consumir cultura, como filmes, livros e peças de teatro. Com o tempo, começou a ter novas inspirações para uma narrativa que representasse a essência do brasileiro, incorporando o DNA tão característico das novelas das sete, mas com um toque moderno que o gênero demanda atualmente.

"Precisamos entender que hoje a linguagem da novela não se dá mais em arcos extensos. Agora, temos arcos que se fecham e se reabrem, respondendo à necessidade do público de resolução rápida das questões", observa Claudia, destacando que Volta por Cima é bastante diferente de Pega Pega, que já possuía uma estrutura em atos.

Claudia Souto também se mostra receptiva ao feedback do público. No entanto, revela que evitar o consumo de comentários nas redes sociais tem sido uma estratégia necessária para manter a concentração no seu trabalho. "Tentei acompanhar as redes sociais, mas é algo que não consigo. Escrever uma novela é extremamente exaustivo e diário. Assim, prefiro deixar o retorno do público chegar até mim de maneira mais natural", explica.

Ela ressalta a importância do suporte que recebe da equipe da Globo, que realiza uma triagem das reações do público e apresenta as informações de forma concisa. "Eles gerenciam tudo para nós, nos fornecendo o que é mais relevante. Eu sou muito curiosa sobre o retorno do público e isso é fundamental para mim", afirma.

Claudia compartilha que enquanto Pega Pega foi uma novela com uma narrativa mais aberta, Cara e Coragem começou com 120 episódios escritos, dos quais 70 foram gravados antes da estreia. Com Volta por Cima, a dinâmica será diferente, permitindo uma interação mais vívida com a audiência, já que o episódio final da novela está sendo moldado em tempo real. "Durante a pandemia, não pude responder rapidamente ao que o público estava apontando. Agora, quero que o público faça parte do processo de construção da narrativa. Eles são essenciais", diz Claudia.

A novela Volta por Cima se passa na fictícia Vila Cambucá, no subúrbio do Rio de Janeiro, e conta com um elenco de peso, incluindo Jéssica Ellen e Fabrício Boliveira nos papéis principais de Madá e João. Não perca os próximos capítulos e venha descobrir todos os segredos que essa história tem a oferecer!