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A China está realmente pronta? O que esperar do retorno de Trump e sua ameaça de tarifas!

2024-11-08

Autor: Matheus

Quando Donald Trump assumiu a presidência pela primeira vez, há oito anos, os líderes chineses reagiram intensamente às suas tarifas e retóricas agressivas, desencadeando uma guerra comercial que fez os laços entre as duas potências se deteriorarem drasticamente.

Agora, com a iminente volta de Trump ao cenário político, a China se preparou meticulosamente. Pérolas de diplomacia internacional, o país tem estado envolvido em estreitar laços com aliados globais, aumentar a autossuficiência tecnológica e criar reservas financeiras para manter sua economia, que, nota-se, está mais suscetível a novas tarifas que Trump já ameaçou impor durante sua campanha eleitoral.

De acordo com especialistas, a China não deve responder ao novo round de tarifas como fez anteriormente. Zhao Minghao, especialista em relações internacionais da Universidade Fudan em Xangai, declara que o país tentará evitar um confronto direto, buscando ativamente brechas nas estratégias dos EUA e seus aliados para mitigar o impacto negativo das tensões comerciais.

Em uma mensagem recente, o presidente Xi Jinping solicitou a Trump um foco em "cooperação" ao invés de "confronto", destacando a importância de relações "estáveis, sólidas e sustentáveis" entre as duas superpotências. Zhao enfatiza que, com Trump não sendo um estranho a Pequim, a resposta chinesa será muito mais ponderada e focada na comunicação.

Contudo, a economia chinesa enfrenta desafios significativos. Após ser atingida por uma crise imobiliária e um acúmulo de dívidas insustentáveis, a China está em uma posição mais vulnerável do que em 2016, lutando para atingir um crescimento de 5%, muito inferior ao 6,7% registrado anteriormente.

Trump, em sua retórica, prometeu eliminar o status de 'nação mais favorecida' da China e estabelecer tarifas que poderiam superar 60% sobre as importações chinesas, índices muito superiores aos que foram impostos durante seu primeiro governo. Essa possibilidade já gerou inquietação entre os produtores chineses, visto que a China vende mais de 400 bilhões de dólares em mercadorias para os EUA anualmente, um montante que representa uma parte significativa de sua economia.

Li Mingjiang, da Escola de Estudos Internacionais de Rajaratnam em Cingapura, levanta um ponto relevante: se a ameaça de tarifas se concretizar, a economia chinesa poderá necessitar de um incentivo ainda maior do que os previstos 1,4 trilhão de dólares para que os impactos sejam minimizados. "Qualquer movimento nesse sentido será um golpe severo no comércio internacional da China, afetando empregos e receitas governamentais", alerta Li.

Com uma nova era comercial se aproximando, a estratégia e preparativos da China vão além da mera adaptação. As repercussões de uma nova guerra comercial podem alterar radicalmente a dinâmica econômica global. Prepare-se para um embate que pode ser muito mais do que apenas aumento de tarifas!