Em 2024, o Congresso e o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) implementaram uma série de iniciativas que estão prestes a impactar significativamente a conta de luz dos brasileiros. As projeções indicam que mais de R$ 300 bilhões adicionais poderão ser incluídos nas tarifas de energia, um peso que não se limitará a 2025, mas perdurará por décadas.

De acordo com Luiz Eduardo Barata, presidente da Frente Nacional de Consumidores de Energia, o aumento de custos no setor energético parece incontrolável. Embora esforços tenham sido feitos para evitar orçamentos adicionais, sempre surgem novas propostas que pressionam ainda mais as contas dos consumidores.

A previsão para 2025, segundo o economista Andre Braz do FGV Ibre, é de um aumento nas tarifas em média 5% acima do IPCA, o índice oficial de inflação. Isso representa uma possível elevação de 10% nas tarifas, impactando diretamente a inflação e atingindo as famílias que dedicam cerca de 4% de sua renda mensal para pagar a conta de luz.

Um dos maiores responsáveis por esse aumento é o projeto de lei referente às usinas eólicas offshore, que, apesar de ter enfrentado forte resistência, foi aprovado no Senado. Se as emendas controversas que se juntaram a essa proposta não forem vetadas por Lula, os consumidores poderão ver uma adição de R$ 21 bilhões anuais em suas contas até 2050, resultando em um aumento de 7%.

Outro fator preocupante é a situação da usina de Itaipu, que opera em dólar. Apesar do pagamento da dívida da construção em 2023, a tarifa do CUSTO Unitário do Serviço de Eletricidade (Cuse) aumentou para US$ 19,28 por kW, enquanto deveria ter caído para US$ 11, causando um desgaste financeiro que também recai sobre os consumidores brasileiros.

No final de 2023, um déficit de aproximadamente R$ 740 milhões devido a questões de receita e despesa na tarifa de Itaipu foi identificado. A situação promete complicar ainda mais a vida dos já sobrecarregados cidadãos brasileiros, com projeções de um rombo contínuo ao longo dos próximos anos.

Além disso, a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que já atinge um recorde de R$ 40,6 bilhões para 2025, é composta por subsídios que encarecem a conta de luz. Os descontos tarifários, que correspondem a 40% da CDE, favorecem consumidores de energia renovável, elevando o custo para aqueles que não possuem esses sistemas.

Enquanto isso, a falta de governança no uso de recursos pretendia garantir melhorias em áreas rurais e remotas, mas os investimentos previstos não foram executados, aumentando ainda mais o descontentamento entre os consumidores.

Em meio a essa turbulência, representantes da indústria de energia, como a Volt Robotics, alertam que se não houver uma mudança significativa na administração e planejamento, os custos da energia continuarão a escalar. Com tudo isso em consideração, a expectativa é que os brasileiros enfrentem um panorama energético difícil e caro nos anos vindouros.

Por fim, o novo governo se vê cercado de desafios, enquanto os cidadãos se perguntam: como lidar com um aumento tão drástico no custo da energia? É preciso uma reflexão urgente sobre a sustentabilidade e a viabilidade das políticas energéticas que afetam a vida de tantas pessoas.