Ciência

A Corrida Espacial da China: Bilionários em Busca do Sucesso à La SpaceX

2025-03-23

Autor: Carolina

Nos últimos anos, a China tem se esforçado para reconhecer a importância de sua indústria espacial, tradicionalmente dominada por estatais. Recentemente, o governo se voltou para o mercado privado, mirando no sucesso da SpaceX, gigante do setor espacial nos Estados Unidos, fundada por Elon Musk.

As empresas privadas transformaram drasticamente a forma como os EUA operam na exploração do espaço. Mesmo com uma base de financiamento maioritária vinda do governo e da NASA, a diversidade de players no setor suscita a entrada de ainda mais capital. O jornal Washington Post noticiou que a China almeja uma verdadeira revolução comercial na sua exploração espacial.

Atualmente, pelo menos seis foguetes projetados por empresas privadas chinesas estão programados para lançamento em 2024, impulsionados por investimentos bilionários do governo. Este movimento visa acelerar o desenvolvimento da tecnologia espacial local, buscando caminhar na mesma direção da SpaceX com seus foguetes reutilizáveis, como o Falcon 9.

A ambição da China é que sua indústria espacial se torne independente, sem necessidade de colaborações externas, especialmente diante da crescente tensão política e econômica com os Estados Unidos sob a administração de Donald Trump.

Desde 2014, a China abriu suas portas para o investimento privado na área espacial, mas agora, com os gastos quase dobrando em 2024 em comparação com 2023, chegando a impressionantes 3 bilhões de dólares, o setor se mostra mais promissor do que nunca.

O professor Lincoln Hines, da Georgia Tech, destacou, em entrevista ao Washington Post, a importância da inovação oriunda das empresas privadas: "Embora a China consiga realizar feitos grandiosos, como missões ao lado oposto da Lua, se mantiver uma estrutura estatal tão robusta, ficará atrás em inovação em comparação aos EUA".

A SpaceX é um modelo a ser seguido e, com suas operações, possibilitou mais da metade dos lançamentos orbitais no ano passado, incitando um movimento de parcerias entre empresas chinesas e investidores.

Como enfatizou Lan Tianyi, fundador da Ultimate Blue Nebula: "O ambiente de financiamento na China é muito mais conservador que nos EUA, o que torna essas iniciativas ainda mais significativas". Essa mudança também atraiu talentos de diversas indústrias para contribuir com o crescente setor espacial.

Um exemplo notável é a LandSpace Technology, cofundada por um ex-banqueiro, que se destacou em 2023 ao lançar um foguete usando oxigênio líquido e metano, um tipo de propulsão também utilizado na Starship da SpaceX.

Além disso, a China se prepara para desafiar o sistema de internet via satélite da SpaceX, o Starlink, com pelo menos duas iniciativas – Guowang e Thousand Sails. Este último já firmou um acordo para fornecer tecnologia para o Brasil. Em um mundo onde a corrida espacial se intensifica, a inovação e a competitividade se tornam a chave para o sucesso.