Desde o lançamento de Homem de Ferro em 2008, os filmes de super-heróis dominaram a indústria cinematográfica e a cultura pop, estabelecendo o que conhecemos como o MCU. Este sucesso marcou o início de uma nova era, onde até a DC, rival da Marvel, se viu compelida a criar seu próprio universo. Ao longo dos anos, ambos os estúdios enfrentaram altos e baixos, e a constante produção de novos projetos trouxe à tona uma série de desafios nos bastidores.

A nova série da HBO, A Franquia, criada por Sam Mendes (conhecido por 007: Operação Skyfall) e Jon Brown (de Veep e Succession), aborda exatamente estes desafios. A trama se aprofunda não apenas nas narrativas dos super-heróis, mas também nas questões complicadas e cômicas que surgem durante a produção cinematográfica. Desde reescritas de roteiro até conflitos de ego entre os atores, A Franquia explora de maneira sarcástica esse microcosmo de excessos e pressões que permeiam a criação de um filme de super-herói.

O protagonista, Daniel (interpretado por Himesh Patel), é o primeiro assistente de direção do filme Tecto, onde um super-herói capaz de gerar terremotos é o destaque. Daniel se vê em uma luta constante para manter a produção sob controle, tentando conter os egos inflacionados dos atores e as intervenções extravagantes do diretor Eric (vivido por Daniel Brühl). O papel do executivo do estúdio, interpretado por Darren Goldstein, é uma caricatura debochada de Kevin Feige, revelando jogos de poder por trás das câmeras.

Embora a situação pareça absurda, muitas das situações enfrentadas em Tecto são inspiradas em eventos reais. Os roteiristas se basearam em experiências vividas durante a criação de A Franquia, trazendo um toque de autenticidade à paródia. O humor sarcástico de Jon Brown casa perfeitamente com as atuações brilhantes do elenco, que traz à tona uma leveza similar à de produções recentes como Ted Lasso.

Além de seu enredo humorístico, A Franquia também proporciona uma reflexão sobre a indústria do entretenimento. A escolha da HBO para desenvolver a série é irônica, pois, assim como o DC Studios, a plataforma faz parte da Warner Bros. Discovery — um estúdio que também enfrentou suas próprias crises criativas. A série serve como um lembrete de que, mesmo nas situações mais caóticas, é possível encontrar humor e, quem sabe, um caminho para a redenção. Prepare-se para rir e refletir sobre o que se passa por trás das câmeras de uma franquia que parece não ter fim!