A Mover Participações, anteriormente conhecida como Camargo Corrêa, está no centro de uma disputa judicial intensa com o Bradesco BBI, que busca executar a garantia de um empréstimo concedido à holding. A Mover entrou com um pedido de recuperação judicial em dezembro do ano passado, junto com sua controlada InterCement, uma das maiores produtoras de cimento do Brasil.

O montante em jogo é colossal: a garantia do empréstimo envolve cerca de 282 milhões de ações da CCR, avaliadas em quase R$ 3 bilhões. A situação financeira da Mover é alarmante, com uma dívida total de R$ 3,1 bilhões ao Bradesco e R$ 1,4 bilhão a outros credores, enquanto a InterCement soma impressionantes R$ 14 bilhões em dívidas.

A Mover está se defendendo enérgicamente. Em sua contestação, a holding argumenta que o crédito do Bradesco seria quirografário e, portanto, não poderia ser liquidado fora dos termos da recuperação judicial. Além disso, a Mover afirma que o banco não possui autorização dos reguladores para transferir as ações e não tem legitimidade para notificar os outros acionistas da CCR sobre o exercício do direito de preferência.

Nesse bloco de controle da CCR, estão também a Itaúsa, a Votorantim e a Soares Penido. Se esses acionistas decidirem exercer seu direito de preferência, uma vez que o Bradesco detivesse as ações, o banco teria que vendê-las a eles, complicando ainda mais a sua estratégia.

Um executivo sênior do Bradesco, a quem foi concedido o anonimato, foi categórico ao responder à situação: “Nenhum argumento deles procede. Eles só estão procurando briga.” Segundo essa fonte, o Bradesco se considera um credor privilegiado devido às garantias que possui.

Vale lembrar que antes de solicitar a recuperação judicial, a Mover havia tentado vender a InterCement para a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), mas a negociação não obteve sucesso. A empresa de cimentos ainda havia tentado uma recuperação extrajudicial, mas não conseguiu o apoio de 50% mais um dos credores, um requisito essencial para essa modalidade.

Agora, o que fica no ar é: qual será o destino da Mover e da InterCement? Essa batalha judicial pode impactar severamente o mercado e os investidores. Fique ligado para mais atualizações sobre esse caso que promete agitar o cenário econômico brasileiro!