A inflação ameaça romper o teto da meta e pressiona o governo Lula
2025-01-10
Autor: Julia
Um tema crítico para a administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a inflação de 2024 será revelada na manhã desta sexta-feira (10/1). O governo federal aguarda ansiosamente os dados para verificar se conseguiu cumprir a meta inflacionária.
Hoje, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) vai divulgar as informações sobre a inflação de dezembro, o total anual e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).
A meta inflacionária para 2024 é de 3%, com uma margem de variação que vai de 1,5% a 4,5%. No entanto, tanto o mercado quanto o Banco Central (BC) acreditam que essa meta pode ser ultrapassada. Desde o início de seu terceiro mandato, Lula não descumpriu as metas inflacionárias, mas há expectativas de que isso mude em 2024.
Durante a presidência de Jair Bolsonaro, a meta foi descumprida em duas ocasiões: 2021 e 2022. A atual meta de inflação foi estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que envolve o Banco Central e os ministérios da Fazenda e do Planejamento.
Críticas surgem dentro do Partido dos Trabalhadores (PT), incluindo da presidente nacional Gleisi Hoffmann, que questionou a definição da meta, considerando-a "irrealista" antes mesmo da chegada do governo Lula.
No entanto, a preocupação do governo se intensifica dado que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) — considerado a principal medida da inflação no Brasil — está acumulado em 4,29% de janeiro a novembro deste ano.
Em relação ao IPCA, é importante notar que ele reflete o custo de vida e o poder de compra dos brasileiros, sendo calculado desde 1979 pelo IBGE. Ele serve como referência para o Banco Central na hora de definir a taxa de juros Selic, ajustando-a para controlos sobre a inflação.
O mercado financeiro está em alerta, com o relatório Focus apontando que a inflação deve encerrar o ano em torno de 4,89%, sendo que os preços devem subir 0,58% em dezembro. Isso indicaria um crescimento acima do teto de 4,5% estipulado.
O Banco Central já reconheceu a possibilidade de descumprimento da meta inflacionária em 2024. Um relatório recente expôs que a chance de a inflação furar o teto da meta é de 100%, um aumento significativo em relação à estimativa anterior, que era de 36%.
Se a meta for descumprida, o BC é obrigado a enviar uma carta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explicando as razões para o estouro. A taxa Selic atualmente está fixada em 12,25% ao ano, e o BC já indicou que haverá mais aumentos nos juros no início de 2025.
Além disso, houve uma mudança na sistemática das metas de inflação, que agora seguirá um modelo contínuo a partir de 2025, com metas definidas para três anos à frente. Essa abordagem visa alinhar-se com práticas internacionais, permitindo uma análise mais flexível e menos restrita às condições mensais.
Se a inflação ultrapassar a margem de tolerância por seis meses consecutivos, ocorrerá um descumprimento formal da meta. Essa mudança busca evitar penalizações em situações que envolvam flutuações temporárias, como choques de preços de alimentos que podem impactar a inflação.
A tensão permanece alta enquanto o governo se prepara para enfrentar um cenário inflacionário potencialmente desafiador em 2024. Fique atento às novidades!