A obesidade vem se tornando um dos grandes desafios de saúde pública no Brasil, com números alarmantes crescendo a cada ano. Esse problema não se resume apenas a dietas inadequadas ou ao sedentarismo, como muitos acreditam. O tratamento desta condição complexa exige uma abordagem que vai muito além da mera alimentação e atividade física.

Despertar emocional é um fator fundamental. Questões como estresse, ansiedade e transtornos alimentares podem levar os indivíduos a comerem em excesso. Portanto, é vital que o tratamento inclua acompanhamento psicológico e psiquiátrico, que são essenciais para abordar as raízes do problema e promover uma mudança duradoura nos hábitos alimentares.

A nutricionista Rejane Viana, mestre em bioquímica em saúde pela Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico do Porto (Portugal), destaca que a obesidade é influenciada por diversos fatores, incluindo genética, metabolismo, relações sociais e familiares. "É uma condição que exige intervenções de uma equipe multiprofissional para alcançar resultados efetivos", diz ela.

Os impactos emocionais na alimentação são profundos e podem ser agravados por traumas e mudanças bruscas na rotina. Por sua vez, transtornos mentais podem afetar neurotransmissores essenciais ao prazer, como dopamina e serotonina, levando os indivíduos a buscarem alimentos ultraprocessados e açucarados para suprir uma necessidade emocional.

Como Funciona o Tratamento?

Um tratamento eficaz para a obesidade deve ser multidisciplinar. Isso significa que endocrinologistas, nutricionistas, profissionais de educação física, psiquiatras e psicólogos devem trabalhar juntos. A psicóloga Ana Ivatiuk afirma que a terapia busca ajudar o paciente a identificar as dificuldades em mudar comportamentos alimentares e compreendê-los à luz de sua história pessoal e contexto social.

Além disso, é essencial educar os pacientes de que a perda de peso é um processo gradual, e que as mudanças devem ser sustentáveis a longo prazo. O erro comum de seguir dietas restritivas pode levar a ciclos de emagrecimento e ganho de peso, criando um estado de compulsão alimentar.

"Na tentativa de perder peso rapidamente, as pessoas podem acabar se prejudicando. Essa relação com a comida é delicada e pode desencadear outros problemas psicológicos e alimentares", alerta Ivatiuk.

A nutricionista Isabela Scanavez enfatiza que a verdadeira transformação começa através da compreensão da relação emocional do paciente com a comida, priorizando uma abordagem que visa mudanças de comportamento que impactem positivamente a saúde mental e física.

O combate à obesidade precisa ser encarado sob uma nova perspectiva que integre saúde mental e emocional com estratégias alimentares eficazes, reafirmando que o caminho para a saúde é um conjunto de mudanças gradual e integradas. Essa abordagem pode não apenas impedir o ganho de peso, mas transformar vidas, promovendo uma saúde duradoura e equilibrada. Não perca a chance de descobrir como o apoio psicológico pode ser o divisor de águas na sua jornada rumo a uma vida mais saudável!