Durante o evento Think with Google, que reuniu empresários em busca de soluções inovadoras da gigante norte-americana, o presidente do Google, Coelho, fez declarações impactantes sobre o papel da inteligência artificial (IA) no cenário global e geopolítico.

Coelho indicou que os métodos pelos quais os consumidores são influenciados nas suas decisões de compra mudaram drasticamente. Uma pesquisa recente do Boston Consulting Group destacou quatro comportamentos essenciais que agora orientam o processo de compra: streaming, busca online, ‘scrolling’ e a compra em si.

Ele enfatizou que a IA é uma ferramenta poderosa para mapear a jornada do consumidor, permitindo que as marcas criem estratégias mais criativas e eficazes para alcançar seus públicos-alvo. No entanto, ele também ressaltou que a IA vai além do aumento da receita ou eficiência - está se tornando uma questão central em disputas de poder entre nações.

Coelho não entrou em detalhes sobre quais discussões geopolíticas específicas ele estava se referindo, mas a afirmação que a IA é uma nova frente de batalha global é, sem dúvida, relevante. Nos Estados Unidos, o governo está determinado a manter sua liderança tecnológica através de gigantes como Google, Meta, Amazon (AWS), Microsoft e OpenAI, mesmo enfrentando a dificuldade de criar uma estratégia unificada para a indústria.

Por outro lado, a China está se destacando com um plano nacional bem estruturado que sustenta suas empresas inovadoras e um vasto mercado interno, embora enfrente limitações para expandir seu domínio comercial internacional.

Ainda competindo, a União Europeia apresenta regulamentações tecnológicas avançadas, mas que são vistas por muitos como obstáculos à inovação na área.

Coelho levantou uma questão crucial: "Qual o papel do Brasil nesse cenário?" Ele acredita que o país deve abraçar a IA de maneira audaciosa e responsável. Para ele, é vital fomentar o desenvolvimento local e a rápida adoção de tecnologias globais, sempre visando fortalecer a sociedade comercial.

Em um movimento promissor, o Google está prestes a abrir seu segundo centro de engenharia no Brasil, localizado no IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) em São Paulo. A expectativa é que esse novo centro desenvolva ferramentas destinadas a resolver problemas globais, uma ambição que os funcionários da empresa já compartilharam em conversas com a mídia. Essa iniciativa pode colocar o Brasil em uma posição de destaque no panorama da inteligência artificial mundial, reforçando a necessidade de um planejamento estratégico para que o país não fique para trás nesta nova corrida tecnológica.