Tecnologia

A Revolução Digital: Nove em Cada Dez Brasileiros Têm Internet em Casa, Mas Há Um Lado Escuro!

2024-12-12

Autor: Julia

Uma pesquisa recente divulgada nesta quinta-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que impressionantes 89,4% dos brasileiros têm acesso à internet em suas residências. Esse número expressivo, no entanto, esconde profundas desigualdades regionais e raciais que precisam ser urgentemente abordadas.

Segundo os dados, a falta de acesso à internet é alarmante entre as populações negra e parda, onde 12,9% e 12,7%, respectivamente, não têm internet em casa. Esse cenário é ainda pior entre as comunidades indígenas, com 44,5% sem acesso. Isso levanta questionamentos sobre a inclusão digital e a equidade em um país que caminha para se tornar cada vez mais dependente da tecnologia.

No que diz respeito às regiões, o Distrito Federal lidera com 96,2% da população com internet em casa. Porém, estados do Norte e Nordeste apresentam acesso muito abaixo da média nacional, com o Acre destacando-se como o estado com o menor percentual de acesso, apenas 75,2%. É uma evidência clara de que a revolução digital ainda não chegou a todos.

Um dado chocante: em 179 municípios, mais de 95% da população possui internet, sendo que 98 deles estão localizados na região Sul. Por outro lado, 33 municípios, a maioria no Norte, não conseguem atingir nem mesmo a marca de 50% de acesso. Em um país onde a internet é uma ferramenta essencial para educação, trabalho e inclusão social, esses números são alarmantes.

Entre as cidades com mais de 100 mil habitantes, Balneário Camboriú (SC) se destaca com 97,3% de cobertura de internet, enquanto Breves (PA) amarga a lanterna com apenas 51,1%. Essa disparidade não é somente um reflexo do atual desenvolvimento tecnológico, mas também das políticas públicas que falharam em garantir igualdade no acesso.

Bruno Mandelli, analista do IBGE, destaca que "a desigualdade regional é bastante expressiva, especialmente entre as populações dos Nordes e Norte, que enfrentam maiores níveis de precariedade nos lares e na infraestrutura digital". As diferenças não se limitam às regiões, mas também se acentuam entre os grupos raciais, onde populações menos favorecidas em termos socioeconômicos apresentam indicadores alarmantes.

Em 2010, apenas 31,3% dos brasileiros viviam em domicílios com microcomputador e internet. Hoje, a realidade mudou radicalmente, porém, a necessidade de políticas públicas que garantam acesso igualitário é mais urgente do que nunca. Além disso, a pesquisa mostra que a posse de bens como máquinas de lavar aumentou para 68,1% em 2022, um aumento significativo desde 2010, quando apenas 46,9% tinham esse item. No entanto, a desigualdade persiste, com 41,8% da população parda e 74% dos indígenas ainda sem esse equipamento básico nas residências.

Os dados discutidos aqui são apenas uma amostra do Censo Demográfico de 2022, que ainda está em fase preliminar. Com os setores em rápida mudança, urge que os governantes e a sociedade civil se unam para transformar esses números em ações concretas, promovendo acesso e inclusão para todos. Como podemos permitir que a tecnologia avance enquanto grandes parcelas da população ficam para trás? O futuro digital do Brasil depende da superação dessas desigualdades.