A Verdade Chocante que o Agro Precisa Encarar: Cientista Denuncia Perigo das Mudanças Climáticas
2024-12-09
Autor: Carolina
A Verdade Chocante que o Agro Precisa Encarar: Cientista Denuncia Perigo das Mudanças Climáticas
Luciana Gatti, renomada coordenadora do laboratório de gases de efeito estufa do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), solta o verbo e alerta: o agronegócio deve ser o primeiro a se preocupar com as questões climáticas. Durante uma recente entrevista para a plataforma Ecoa, Gatti questionou: "O que será do agro diante de secas severas e eventos extremos que dizimam produções?".
A cientista, já familiarizada com a hostilidade do setor, destacou a atenção necessária para evitar um cenário repleto de prejuízos. Recentemente, ela se tornou alvo de críticas após mencionar a prática arcaica de usar fogo para limpeza dos canaviais em São Paulo. Além disso, sua crítica ao governador Tarciso de Freitas, que decidiu indenizar proprietários antes da finalização das investigações sobre os incêndios, acendeu ainda mais polêmicas.
"Quem acha que estamos atacando a agricultura está agindo por ignorância. A agricultura é a primeira a sucumbir", enfatizou Gatti, que já ganhou notoriedade em 2021 ao publicar um estudo impactante na revista Nature. A pesquisa revelou que a Amazônia emite mais carbono do que consegue absorver, comprometendo seu papel de sumidouro de carbono vital para o equilíbrio climático global.
Gatti propõe que o governo promova um diálogo real entre a ciência e os empresários do agro, visando uma agricultura mais sustentável. “Não se trata apenas da emissão de gases, mas de garantir a produção de alimentos em um mundo em transformação climática. Já passou da hora de debatermos isso”, declarou.
Ela defende um plano de sobrevivência que inclua desmatamento zero, restauração florestal acima das exigências do código florestal e uma significativa redução no rebanho bovino. "Se não reconhecermos nossos erros, não teremos chance de sobreviver", afirmou durante uma palestra no TEDx Amazônia em Manaus, onde foi amplamente aplaudida. Gatti, que optou por parar de consumir carne vermelha ao perceber o impacto devastador da pecuária na Amazônia, também declarou: "A produção de gado na Amazônia deve ser exclusivamente para consumo local."
Luciana Gatti não hesitou em afirmar que a situação climática exigirá ações radicais e um modelo agrícola completamente novo. Ela propõe que as políticas governamentais priorizem aqueles que não desmataram nos últimos dez anos, com penalizações severas para quem colocar fogo e colocar a floresta em risco. “É inaceitável que a terra, que deveria ser um recurso compartilhado, esteja concentrada nas mãos de poucos grandes proprietários enquanto milhões precisam de espaço para trabalhar.”
Além disso, os dados alarmantes sobre o desmatamento e o aumento de queimadas no Brasil precisam ser considerados. Desde 2019, o desmatamento cresceu vertiginosamente, resultando em uma tragédia climática em várias regiões do país.
“A perda de vegetação agrava a situação. Cada árvore que cortamos é uma oportunidade a menos de lidar com a crise climática”, enfatizou Gatti, que presentou uma visão clara de que as árvores são essenciais para refrescar e umidificar o clima, reduzindo os extremos de temperatura.
Para Gatti, as COPs (Conferências das Partes) são uma mobilização imensa e frequentemente frustrante. “Não tenho esperança. A maioria dos países não cumpre os acordos. Precisamos de ações concretas agora, antes que seja tarde demais,” concluiu.
Diante de uma crise tão complexa e interconectada, está claro: uma transformação profunda e urgente é necessária para garantir a sobrevivência do agronegócio e do planeta. Chegou a hora de ouvir os cientistas e mudar o rumo, se quisermos um futuro sustentável.