Negócios

Abertura do mês de Outubro: Bolsa em Alta Apesar da Tensão no Oriente Médio

2024-10-01

Autor: Lucas

Outubro começou sob clima de tensão. Enquanto no Brasil as bolsas se recuperavam, a situação no Oriente Médio ganhou contornos alarmantes com sirenes soando em Jerusalém e Tel Aviv, devido ao lançamento de mais de 200 mísseis do Irã em direção a Israel. O regime iraniano alegou que a ação era uma 'resposta' a ataques israelenses no Líbano e em Gaza, gerando apreensão por uma possível escalada bélica na região.

O preço do petróleo disparou mais de 5% devido às tensões, e o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, fechou em alta de 0,51%, alcançando 132.495,16 pontos, com uma máxima de 133.405,49 pontos. O desempenho das ações da Petrobras foi um dos principais motores dessa alta, com a estatal avançando 2,67% diante da valorização do petróleo, que tem um peso significativo na dinâmica do mercado brasileiro.

Contrariando as expectativas, o dólar também escalou, fechando a R$ 5,46, um aumento de 0,31%. A expectativa de investidores internacionais quanto à inflação agora permeia as discussões, dado que a alta do petróleo também pode trazer consequências negativas para a economia global.

Na Europa, os índices recuaram, refletindo a instabilidade causada pelo crescente conflito no Oriente Médio, enquanto nos Estados Unidos, a movimentação quedou-se em meio a dados mistos do mercado de trabalho e pressões de greve que começam a afligir as operações portuárias da Costa Leste.

Dentro do cenário nacional, o Banco Central sob a batuta de Roberto Campos Neto, ressaltou a necessidade de um 'choque fiscal positivo' para garantir juros menores e a saúde da economia brasileira. A fala coincide com a manutenção fiscal severa do governo, incluindo um bloqueio de R$ 13,3 bilhões já anunciado anteriormente.

No campo corporativo, além da Petrobras, outras empresas do setor de energia como PRIO (PRIO3) e Brava (BRAV3) também apresentaram ganhos relevantes por conta da alta das commodities. Contudo, companhias aéreas como Azul e Gol sofreram perdas acentuadas devido ao aumento dos custos com combustíveis, fechando em desvalorização de 4,65% e 4,55%, respectivamente.

O desempenho do Ibovespa foi misto: enquanto setores como energia e saúde foram impulsionados, o setor financeiro apresentou volatilidade. As atenções agora se voltam para os dados econômicos que serão divulgados durante a semana, incluindo a produção industrial de agosto no Brasil e o tão aguardado relatório de empregos nos EUA na sexta-feira. O clima permanece de cautela, e a possibilidade de novas ações geopolíticas deve ser acompanhada de perto pelos investidores.