A Polícia Civil do Rio de Janeiro lançou uma grande ofensiva no Complexo da Penha nesta terça-feira (3), parte da Operação Torniquete, focada no combate ao roubo de cargas e veículos. A operação teve um impacto significativo na rotina da região, com a suspensão do transporte público e o fechamento de escolas e postos de saúde.

Até o momento, cinco pessoas foram feridas, incluindo a jovem Âgatha Alves de Souza, de 22 anos, que foi baleada na perna e está em estado grave no Hospital Estadual Getúlio Vargas, onde passou por cirurgia. Um policial civil foi atingido no peito, e outros feridos incluem um homem baleado na mão e uma mulher com lesões por estilhaços.

Os conflitos começaram por volta das 5h20 da manhã, resultando em tiroteios e barricadas incendiadas por traficantes da área. Imagens mostram blindados da Polícia Civil e um helicóptero sobrevoando o complexo, enquanto os moradores relatam um clima de tensão devido à operação.

A operação visava prender líderes do Comando Vermelho, incluindo Edgar Alves de Andrade, conhecido como Doca, e desmantelar redes criminosas com vínculos em outros estados como Pará e Ceará.

Segundo a Polícia Civil, as investigações apontam que o Complexo da Penha é um centro operacional das ordens para as disputas territoriais entre facções rivais. "As ações visam cumprir mandados de prisão relacionados ao tráfico de drogas, e a repressão ao roubo de cargas e veículos, que financiam a criminalidade na região", explicou a polícia em nota oficial.

A participação da Polícia Militar e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio de Janeiro também foi destacada nesta operação.

Os impactos na comunidade foram imediatos. Sete linhas do RioÔnibus tiveram alterações em seus itinerários, e o BRT Transcarioca fechou seis estações devido à situação. A Secretaria Municipal de Educação reportou que 16 escolas não abriram suas portas, enquanto a Secretaria Estadual registrou o fechamento de um colégio. Serviços de saúde também foram afetados, com clínicas suspendendo atendimentos em várias áreas.

A ação da polícia tem gerado debates sobre a necessidade de estratégias mais eficazes para lidar com a violência nas favelas, enquanto a população se preocupa com a segurança em meio a uma onda de violência crescente. A Operação Torniquete destaca mais uma vez os desafios enfrentados pelas autoridades na luta contra o crime organizado no Brasil.