Após meses de expectativa, o governo chinês anunciou finalmente uma série de estímulos econômicos que provocaram uma reação explosiva no mercado de ações. O índice Shanghai disparou impressionantes 20% em menos de 20 dias, gerando um frenesi entre os corretores que descrevem o fenômeno como um evento raro, talvez uma vez por geração.

Esse raro acontecimento trouxe um novo ânimo entre os investidores de fundos globais em relação às ações chinesas, que antes eram consideradas uma perda iminente. Recentemente, esses papéis registraram a maior compra líquida por parte de fundos de hedge internacionais em um movimento que poderia ser considerado uma reviravolta histórica.

De acordo com dados da Bloomberg, o volume de negócios do índice Hang Seng, de Hong Kong, alcançou HK$ 434 bilhões (aproximadamente R$ 306,15 bilhões) nesta quarta-feira (2), um valor que ainda está aquém do pico registrado na segunda-feira (30), quando as ações chegaram a máximas que não eram vistas há anos.

Com esse cenário, as ações chinesas agora têm o melhor desempenho global em 2023, representando uma mudança drástica em relação aos últimos anos, onde a China era vista como um grande desafio para gestores de portfólio internacionais. Antes, a fraqueza econômica e a prolongada crise imobiliária eram interpretadas como obstáculos intransponíveis para um crescimento vigoroso.

No entanto, a avalanche de estímulos anunciados pelo governo chinês tem como foco revitalizar a economia e evitar uma recessão na segunda maior economia do mundo. As medidas incluem cortes nas taxas de juros e a diminuição do compulsório dos bancos, que estipula a quantidade de capital que as instituições financeiras devem manter em reservas.

The outlook entre os investidores globais mudou radicalmente. Agora, o mercado é visto como uma oportunidade de lucro. O Man Group, o maior fundo de hedge de capital aberto do mundo, com ativos na ordem de US$ 178 bilhões, considera que as ações da China podem se tornar um ponto de virada importante.

"As alterações nas políticas são esperadas para incentivar a atividade econômica e melhorar a confiança dos investidores, reposicionando a China como um local atrativo para investimento novamente", afirmou Nick Wilcox, diretor-gerente do Man Group, em uma declaração à CNBC.

Além disso, a BlackRock, a maior gestora de ativos do mundo, reconheceu a mudança, atualizando as perspectivas para as ações chinesas para overweight (acima das expectativas). Os estrategistas indicam que novos estímulos fiscais estão a caminho e acreditam que isso pode levar a um aumento significativo das intervenções do investidor, visto que as ações chinesas estão sendo negociadas com um desconto considerável em comparação com os mercados desenvolvidos.

Entretanto, apesar do otimismo atual, muitos analistas permanecem cautelosos a longo prazo, considerando os desafios estruturais que continuam a ameaçar a robustez da economia chinesa. O que vem a seguir para as ações chinesas? Seria esse o início de uma nova era próspera ou um simples último suspiro antes de uma nova crise? A resposta pode surpreender muitos!