Advogado de Bolsonaro Questiona Intimação na UTI: "Qual a Real Necessidade?"
2025-04-24
Autor: Gabriel
O advogado Paulo Cunha Bueno, que defende o ex-presidente Jair Bolsonaro, manifestou sua indignação após a determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) de intimar Bolsonaro enquanto ele estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital DF Star, em Brasília.
Nas redes sociais, Bueno revelou que o ex-presidente foi pego de surpresa com a visita de uma oficiala de Justiça, que entrou na área mais restrita e esterilizada do hospital. A intimação gerou controvérsia, já que o Código de Processo Penal é claro em proibir citações a doentes em estado grave, situação que atualmente se aplica a Bolsonaro.
Ele questionou: "Qual a real urgência e necessidade de tomar uma medida tão invasiva assim? O presidente jamais ignorou quaisquer chamadas durante a investigação e, segundo prognósticos, em breve terá alta hospitalar."
Essa intimação foi emitida para que Bolsonaro apresente sua defesa em até cinco dias, após ser acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de envolvimento em um suposto plano de golpe de Estado em 2022.
Bueno garantiu que a defesa cumprirá os prazos legais, apesar das dificuldades impostas pela condição hospitalar do ex-presidente, que afeta a interação entre cliente e advogado.
A Intimação e a Live de Bolsonaro
De acordo com o STF, a ordem para intimar Bolsonaro e mais sete réus havia sido dada no dia 11 de abril. No entanto, devido a um mal-estar, o ex-presidente foi internado no mesmo dia, o que levou o Supremo a adiar a intimação até que fosse garantido que ele poderia receber a oficiala de Justiça.
Após participar de uma live na terça-feira (23), o STF entendeu que era possível proceder com a intimação, resultando na visita de uma oficiala à UTI do hospital, momento que foi gravado e rapidamente viralizou nas redes sociais.
Essa exposição gerou críticas do Sindicato Nacional dos Oficiais de Justiça Federais (Sindojaf) e da Associação Nacional União dos Oficiais de Justiça do Brasil (UniOficiais-BR).
As instituições repudiaram a filmagem não autorizada e a divulgação sensacionalista, afirmando que a ação não só viola a intimidade de Bolsonaro, mas também distorce os fatos e compromete a imagem da oficiala de Justiça perante a sociedade.