Nação

Advogado de Cid revela na TV que Bolsonaro tinha conhecimento, mas tenta recuar

2024-11-22

Autor: Carolina

Em uma recente entrevista, o advogado de Cid Gomes, Bittencourt, afirmou que o ex-ministro tinha confirmado informações importantes ao ministro Alexandre de Moraes durante seu depoimento no Supremo Tribunal Federal (STF). "Cid possui uma linha de pensamento que reflete a verdadeira versão dos fatos", destacou o advogado.

No entanto, após uma falha técnica que interrompeu sua aparição ao vivo, Bittencourt voltou e tentou se retratar. Ele alegou: "Não disse que Bolsonaro sabia de tudo, até porque 'tudo' são muitas coisas. Havia algo que ele tinha conhecimento, mas não era referente a todos os detalhes." Essa mudança de tom gerou questionamentos sobre sua credibilidade, especialmente quando a jornalista Andreia Sadi o pressionou sobre possíveis pressões durante a entrevista. Ele negou estar sob pressão, afirmando: "A pressão vem dos fatos. Não consigo lembrar de tudo que ocorreu durante o dia." Ao ser indagado sobre sua segurança, Bittencourt declarou que estava em sua casa, afastado de qualquer risco imediato.

Enquanto isso, Bolsonaro manteve sua posição de que não tinha ciência de um suposto plano militar para eliminar autoridades. Em entrevista à revista Veja, o ex-presidente ponderou: "Na Presidência havia algo em torno de 3.000 pessoas. Se alguém arquitetava um plano, que relação eu tenho com isso?" Ele insistiu que não compactuaria com nenhuma articulação golpista, afirmando que sempre foi para o uso do estado de sítio, uma medida constitucional que exigiria autorização do Congresso.

Bolsonaro também frisou sua obediência à Constituição, alegando que os esboços de decretos apelidados de 'minutas golpistas', encontrados pela Polícia Federal (PF), eram premissas para ações constitucionais e não para um golpe de Estado. Ele argumentou que nunca intentou romper com a democracia, uma vez que tais medidas exigiriam, em tese, a aprovação do poder legislativo.

As tensões em torno dessas declarações coincidem com um momento crítico no cenário político. Um relatório da Polícia Federal entregou ao STF, com 884 páginas, identificou 37 indivíduos indiciados por tentativas de golpe, abolição violenta do Estado democrático de direito e organização criminosa.

Esse relatório será agora analisado pela Procuradoria-Geral da República, que decidirá se haverá denúncias formais. O indiciamento foi revelado recentemente e a PF já declarou que sua investigação desvendou uma organização criminosa que tentou, de forma coordenada, manter Bolsonaro no poder em 2022. Essa situação promete repercussões significativas na política brasileira, e muitos se perguntam: o que mais será revelado nos próximos dias?