Ajuda climática de países ricos a pobres pode chegar a até US$ 1,3 trilhão, mas metas ainda são incertas
2024-11-22
Autor: Julia
Ajuda climática entre países desenvolvidos e em desenvolvimento
Recentemente, o debate sobre a ajuda climática anual entre países desenvolvidos e em desenvolvimento está em destaque, após um encontro que reafirmou que o montante pode variar entre US$ 250 bilhões e US$ 1,3 trilhão até 2035. Esse valor representa um ajuste significativo em relação aos debates iniciais, onde as estimativas variavam entre US$ 100 bilhões e até US$ 5,6 trilhões.
Desafios na definição de ajuda financeira climática
No entanto, observadores alertam que essa atualização ainda é considerada muito tímida e que uma verdadeira convergência entre os países participantes é ainda distante. A conclusão do encontro estava prevista para ocorrer hoje, mas a falta de clareza nas definições e regras sobre o que constitui de fato o auxílio financeiro climático continua a ser um grande obstáculo.
Propostas em discussão
Em meio a esse impasse, a proposta atual sugere que os países desenvolvidos liderem uma meta de US$ 250 bilhões por ano para ações climáticas em países em desenvolvimento até 2035. Além disso, o documento convoca todos os atores, públicos e privados, para ampliar o financiamento para ações climáticas, buscando alcançar, no total, um trilhão de dólares anuais.
A ambiguidade nos valores e fontes de financiamento
A complexidade da questão está em determinar se os fundos provenientes da iniciativa privada podem ser considerados como parte da ajuda climática, o que gera ainda mais divergências entre os negociadores. A ambiguidade nos valores apresentados e nas fontes de financiamento levantam preocupações sobre a real efetividade das promessas.
Urgência conforme declaração da ONU
Antonio Guterres, secretário-geral da ONU, enfatizou a urgência da situação: "Estamos à beira de um acordo, mas ainda existem grandes diferenças a serem resolvidas. Precisamos de um impulso significativo para chegarmos a um consenso que beneficie as populações mais vulneráveis do mundo." O sucesso do encontro é crucial não apenas para os países em desenvolvimento, mas também para o futuro do planeta, que passa por uma crise climática sem precedentes.
Compromissos do Acordo de Paris
Além disso, o Acordo de Paris, assinado em 2015, estipula que é necessário reduzir rapidamente as emissões de gases de efeito estufa para manter o aumento da temperatura global abaixo de 1,5°C, limite considerado seguro pela comunidade científica. Atualmente, as emissões globais estão em 56,7 bilhões de toneladas de CO₂ por ano, e um corte significativo para 24,7 bilhões de toneladas até 2035 é essencial, segundo o Programa da ONU para o Meio Ambiente (Pnuma).
Desafios para o cumprimento das obrigações
Porém, muitos países ainda não estão em rota para cumprir suas obrigações e, mesmo que estivessem, a redução nas emissões seria de apenas 5,6 bilhões de toneladas. Essa falta de compromisso é, em grande parte, atribuída à dureza das metas de redução de emissões impostas aos países em desenvolvimento sem a certeza do financiamento adequado para suas implementações.
Críticas de ONGs e especialistas
ONGs ambientalistas criticam a proposta atual, argumentando que a nova meta de US$ 250 bilhões por ano, em vez de ampliar a responsabilidade dos países desenvolvidos, diminui suas obrigações ao classificá-los como meros 'líderes' no financiamento. Camila Jardim, especialista do Greenpeace, destaca a falta de clareza sobre quais recursos serão considerados, e o perigo de endividamento excessivo dos países mais pobres. "Não está claro quanto desses US$ 250 bilhões virá de doações ou empréstimos com juros aceitáveis," afirma.
Conclusão da situação atual
Em suma, enquanto esperam ações concretas, os países afetados pela crise climática permanecem esperançosos, mas cientes de que os desafios são enormes e que o tempo para agir é limitado.