Alerta: Mais da Metade da População em Belém e Manaus Vive em Favelas, Revela Censo 2022!
2024-11-08
Autor: Pedro
Moradores da favela Educandos durante a pandemia de Covid-19 em Manaus — Foto: Bruno Kelly/Reuters
Dados alarmantes do Censo 2022, divulgados nesta sexta-feira (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam que Belém e Manaus são as únicas capitais do Brasil com mais da metade da população vivendo em favelas. Em Belém, impressionantes 57,2% dos residentes estão em comunidades carentes, enquanto Manaus apresenta 55,8%.
Esses índices são chocantes quando comparados à média nacional de 8,1%, que totaliza aproximadamente 16,4 milhões de brasileiros residindo em 12.348 favelas espalhadas por 656 municípios. Essa realidade é um grande desafio para as políticas públicas e para a inclusão social.
A Região Norte, onde se localizam estas duas capitais, é a mais afetada pelo fenômeno das favelas, com 18,9% da população vivendo nessas condições. Em comparação, o Nordeste tem 8,5% e o Sudeste, 8,4%. O Sul do Brasil contabiliza somente 3,2%, enquanto o Centro-Oeste tem 2,4%.
Os três estados brasileiros com maior proporção de população em favelas são da Região Norte: Amazonas (34,7%), Amapá (24,4%) e Pará (18,8%). Além disso, as cinco cidades com maior percentual de moradores em favelas também estão localizadas no Norte do Brasil:
- Vitória do Jari (AP) – 69% - Ananindeua (PA) – 60% - Marituba (PA) – 59% - Belém – 57% - Manaus – 55%
De acordo com a pesquisa do IBGE, um fator que agrava a situação é a urbanização sem uma base produtiva consolidada na região, além da chamada “macrocefalia” nas capitais, onde há uma concentração intensa de serviços, atraindo uma grande quantidade da população.
"A urbanização dessas cidades foi marcada por um crescimento desordenado, e muitas comunidades se formaram em áreas vulneráveis, geralmente às margens do rio Amazonas", explica a pesquisadora Letícia de Carvalho do IBGE.
Essas estatísticas não apenas evidenciam a desigualdade social enfrentada pela população, mas também levantam um importante debate sobre a necessidade de políticas públicas eficazes e urgentes. Afinal, já vivemos em tempos de crise e é fundamental que ações sejam propostas para reverter esse quadro alarmante. A ausência de investimentos em infraestrutura e serviços básicos nas comunidades só perpetua esse ciclo de desigualdade.
É essencial que a sociedade civil, os governos e as organizações não governamentais se unam em busca de soluções e melhorias para essas populações em situação de vulnerabilidade.