Saúde

Alzheimer: Você Sabia que a Gordura Oculta Pode Prever a Doença até 20 Anos Antes? Entenda Agora!

2024-12-02

Autor: Lucas

Introdução

Cientistas do Instituto de Radiologia Mallinckrodt, da Universidade de Washington em St. Louis, nos Estados Unidos, fizeram uma descoberta que pode mudar o entendimento sobre a previsão da doença de Alzheimer: uma associação entre a gordura oculta, também conhecida como visceral, e o acúmulo de proteínas no cérebro ligadas à doença. Este fenômeno foi observado até 20 anos antes do surgimento dos primeiros sintomas.

Modificações no Estilo de Vida

Durante a reunião anual da Sociedade de Radiologia da América do Norte (RSNA), os pesquisadores compartilham que as modificações no estilo de vida visando a redução da gordura visceral podem influenciar significativamente o desenvolvimento do Alzheimer, contribuindo para a prevenção do diagnóstico. Mahsa Dolatshahi, principal autora do estudo, ressalta a importância de abordar esses fatores durante a meia-idade, idade crucial onde a doença começa a se manifestar.

Metodologia da Pesquisa

A pesquisa analisou 80 indivíduos, com idade média de 49,4 anos, todos sem problemas cognitivos, dos quais 57,5% eram considerados obesos. Foram realizadas tomografias cerebrais, ressonâncias magnéticas do corpo e avaliações metabólicas. Além disso, os cientistas mediram a gordura subcutânea e a gordura visceral, esta última considerada de difícil percepção, pois se aloja entre os órgãos.

Resultados e Conclusões

Os dados mostraram uma clara relação entre a gordura visceral e a presença de biomarcadores como beta-amiloide e tau, que formam placas no cérebro associadas ao Alzheimer. Dolatshahi destacou que esse estudo traz novas perspectivas, sendo uma das primeiras investigações a observar essa correlação na meia-idade.

"As análises também revelaram uma ligação entre alta resistência à insulina, níveis baixos de HDL (colesterol bom) e altos níveis de beta-amiloide no cérebro. Portanto, controlar a obesidade deve incluir um foco nas questões metabólicas que surgem devido ao aumento da gordura corporal", completou Cyrus A. Raji, professor e coautor do estudo.

Classificação da Gordura e Risco de Alzheimer

Raji ainda enfatiza que a classificação mais precisa da gordura, utilizando ressonância magnética em vez de apenas determinar o índice de massa corporal (IMC), poderá trazer insights importantes sobre o impacto da obesidade no risco do Alzheimer.

Estudo Adicional

Um estudo adicional, apresentado pelo mesmo grupo, demonstrou que indivíduos com maior gordura visceral apresentaram fluxo sanguíneo cerebral reduzido, apontando para um possível mecanismo que poderia explicar o aumento do risco da doença.

Relevância da Pesquisa

Essa pesquisa é especialmente relevante em um cenário alarmante: quase três em cada quatro americanos estão com sobrepeso ou obesidade. A nova descoberta abre portas para a possibilidade de que intervenções com mudanças de estilo de vida, ou até mesmo medicamentos para perda de peso, poderiam não só melhorar o fluxo sanguíneo cerebral, mas também reduzir o risco da doença de Alzheimer. Essa conexão entre saúde metabólica e saúde cerebral deve ser uma prioridade na luta contra essa devastadora condição.