A Polícia Civil do Rio de Janeiro desmantelou um esquema de fabricação e venda de anabolizantes ilegais e prendeu 15 suspeitos, incluindo Miguel Barbosa de Souza Costa Júnior, conhecido como Boss, apontado como um dos principais responsáveis pela distribuição de pelo menos oito marcas clandestinas, como Next e Thunder, que se associam a campeonatos de fisiculturismo no Brasil.

As investigações tiveram início após a fiscalização dos Correios registrar a saída de grandes remessas de anabolizantes de agências em São Gonçalo. Sem regulamentação e controle sanitário, os produtos eram vendidos online e chegavam a consumidores em todo o país, colocando suas vidas em risco. Os relatórios da investigação mostram que alguns desses anabolizantes, além de não terem registro na Vigilância Sanitária, continham substâncias como repelentes de insetos, além de ingredientes usados em tratamentos parasitários, como os de sarna e piolho.

"Os riscos são alarmantes. As pessoas não têm ideia do que estão consumindo. Além da falta de controle sobre a origem dos produtos, a ausência de informações cruciais nos rótulos, como a identificação da empresa, é extremamente preocupante", alerta Pedro Simão, promotor do Gaeco/MPRJ.

O uso de anabolizantes no Brasil é restrito a tratamentos de saúde e requer prescrição médica, sendo proibido seu uso para fins estéticos ou de performance. O Conselho Federal de Medicina já alertou que o uso indiscriminado pode levar a graves consequências para a saúde, incluindo aumento do risco de doenças cardíacas, problemas hepáticos e até câncer, com relatos já confirmados de mortes por complicações associadas ao uso dessas substâncias.

"Na busca por resultados rápidos, muitos jovens negligenciam os riscos à saúde e optam por métodos que podem ser fatais no futuro", explica o médico Mauro Muniz, presidente da Sociedade Brasileira de Urologia no Rio de Janeiro.

Durante a operação, as autoridades apreenderam mais de 2 mil ampolas de anabolizantes, além de armamentos, levantando suspeitas sobre a intensidade e o alcance da operação criminosa. Vinte e três indivíduos enfrentarão acusações sérias, incluindo associação criminosa e crimes contra a saúde pública.

Os especialistas clamam por uma conscientização maior sobre os perigos do uso de anabolizantes sem supervisão médica. A endocrinologista Karen de Marca ressalta que a automedicação neste campo pode resultar em consequências devastadoras. Se você ou alguém que você conhece está pensando em usar esses produtos, lembre-se: a saúde deve sempre estar em primeiro lugar! Não arrisque sua vida por resultados temporários!