
Análise de DNA do cabelo de Beethoven revela segredos surpreendentes
2025-03-31
Autor: João
Quase dois séculos após sua morte, o mistério em torno de Ludwig van Beethoven finalmente começou a ser desvendado de maneira surpreendente. Cientistas realizaram a análise de fios autênticos de cabelo do icônico compositor, revelando não apenas detalhes sobre sua saúde, mas também um segredo familiar inesperado que pode mudar tudo o que sabemos sobre a sua linhagem.
De acordo com um estudo recente publicado no periódico Current Biology, novas perspectivas emergiram sobre as doenças que afetaram Beethoven ao longo de sua vida, embora ainda restem muitas questões em aberto.
Investigadores descobriram evidências de que uma infecção por hepatite B, combinada com o consumo excessivo de álcool e outros fatores de risco para doenças hepáticas, teve um papel fundamental na morte precoce do compositor aos 56 anos. Essa informação lança nova luz sobre os problemas de saúde que Beethoven enfrentou, que foram amplamente documentados.
Desde muito jovem, Beethoven começou a perder a audição, um processo que se tornou progressivamente grave, levando à surdez total em 1818. Mesmo enfrentando essa grande dificuldade, ele continuou a produzir suas magníficas composições, utilizando a sensação do som por meio de vibrações e anotações escritas.
Além da surdez, o compositor também lidou com sérios problemas gastrointestinais, como diarreia crônica e dores abdominais intensas. Em 1821, começaram a surgir sinais de doença hepática, complicando ainda mais sua já debilitada saúde. Beethoven faleceu em 1827, após meses adoentado, sem que os médicos da época conseguissem diagnosticar suas condições de saúde com precisão. O seu médico, Dr. Johann Adam Schmidt, não conseguiu identificar a fonte de seu sofrimento, criando um mistério que perdurou por gerações.
Até recentemente, algumas pesquisas apontavam para a possibilidade de que o envenenamento por chumbo teria contribuído para o declínio de sua saúde. Entretanto, análises genéticas mais recentes refutaram essa teoria, abrindo novos horizontes para a compreensão das verdadeiras causas do sofrimento de Beethoven e atendendo um desejo expresso pelo compositor em suas cartas para que seus males fossem desvendados.
Um dos elementos mais surpreendentes dessa análise foi a descoberta envolvendo o cromossomo Y de Beethoven. A análise revelou que seu cromossomo Y não correspondia ao de seus conhecidos parentes paternos, sugerindo um evento extraconjugal na sua ancestralidade. Segundo o antropólogo Tristan Begg, essa descoberta indica que um pai biológico desconhecido pode ter surgido entre 1572 e o nascimento de Beethoven em 1770, reescrevendo a história familiar do compositor e adicionando um intrigante capítulo ao seu legado, com repercussões que vão além da música.
Essa revelação não só lança luz sobre a vida e a saúde do gênio da música, mas também provoca reflexões sobre a influência da herança genética na condição humana, desvelando os mistérios que cercam uma das figuras mais icônicas da história da música.