Em uma decisão humanitária, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, permitiu que o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, compareça ao velório de sua mãe, Amélia Gomes da Silva Torres, que faleceu na madrugada desta sexta-feira (29) aos 70 anos, após uma longa batalha contra um câncer incurável.

Anderson Torres, que está sob medidas cautelares após ser indiciado pela Polícia Federal em um inquérito sobre tentativas de golpe de Estado, já havia recebido permissão de Moraes para visitar sua mãe no hospital antes do falecimento. Na decisão em questão, Moraes destacou que a liberação se aplica "pelo período estritamente necessário" para que Torres possa se deslocar até o Cemitério Campo da Esperança, onde ocorrerão as cerimônias de velório e sepultamento neste sábado (30), em Brasíilia.

O ministro ressaltou o caráter provisório da liberação, afirmando que isso não exime Torres do cumprimento de outras medidas cautelares que lhe foram impostas, como a utilização de tornozeleira eletrônica e a proibição de deixar o Distrito Federal, além de restrições quanto ao uso das redes sociais.

Vale lembrar que Torres foi preso em janeiro de 2023 devido a uma suposta omissão nos violentos atos realizados em 8 de janeiro, quando manifestantes extremistas tentaram invadir instituições democráticas. Investigadores também encontraram em sua residência uma minuta com conteúdo considerado golpista. Em sua defesa, Torres se referiu ao documento encontrado como "lixo, loucura e folclore", negando qualquer envolvimento com tentativas de desestabilização do governo.

A flexibilização das restrições para o velório é um ato que destaca a importância das relações familiares mesmo em tempos conturbados, mas também levanta questões sobre a natureza das medidas legais que envolvem figuras públicas em processos judiciais. O Tribunal se mantém vigilante sobre o cumprimento das normas estabelecidas, enquanto a sociedade aguarda desdobramentos sobre o futuro de Torres e a investigação em curso.