Fortaleza, o terceiro maior colégio eleitoral do Brasil, está prestes a tomar uma decisão histórica e, potencialmente, devastadora nas eleições municipais. O cenário de uma possível vitória de Andrê Fernandes (PL) sobre Evandro Leitão (PT) acende alarmes, especialmente no que diz respeito à saúde pública. Neste ano de 2023, Fernandes, enquanto ainda era pré-candidato, fez uma declaração chocante: a médica Mayra Pinheiro, conhecida como "Capitã Cloroquina", seria sua secretária de saúde caso eleito. Essa escolha soa como uma sirene de alerta sobre a gestão caótica que pode vir a ser instaurada na cidade.

No vídeo compartilhado em suas redes sociais, Fernandes elogia Pinheiro como uma salvadora para o sistema de saúde da capital cearense: "Doutora Mayra é, na minha visão, a pessoa com mais experiência para a área. Com 34 anos de atuação na saúde de Fortaleza, ela está preparada e disposta a mudar. Já temos um plano de gestão para transformar a saúde da nossa cidade", declarou o candidato.

Contudo, o otimismo de Fernandes oculta o histórico perigoso da médica. A escolha de Mayra Pinheiro para a secretaria seria uma indicação preocupante de que Fortaleza poderia retroceder ao negacionismo que dominou o Brasil durante a pandemia. Esta é a realidade que a capital cearense pode ter que enfrentar: uma gestora que desconsiderou a ciência e se dedicou a ideologias ultrapassadas, o que já custou muitas vidas em nosso país.

Mayra Pinheiro, que ganhou notoriedade como secretária no Ministério da Saúde, representa os erros cometidos no combate à Covid-19 no Brasil. Enquanto a maioria do mundo se orientava por evidências científicas, ela se empenhou na promoção de medicamentos sem eficácia comprovada, como a hidroxicloroquina. Sua defesa obstinada de tais tratamentos contribuiu para a desinformação em massa, colocando em risco a vida de milhares.

O impacto da "Capitã Cloroquina" na saúde pública é alarmante. Em Manaus, sua administração resultou na crise do oxigênio em janeiro de 2021, quando muitos morreram devido à falta de oxigênio, enquanto ela tentava impor o infame "kit Covid". Além disso, lançou um aplicativo que prescria medicamentos para bebês, o que foi retirado do ar sob desculpas absurdas.

Com a saúde pública de Fortaleza já enfrentando crises estruturais, a nomeação de Mayra Pinheiro como secretária representa um cenário catastrófico. Fortaleza, que já possui problemas crônicos na saúde, como a falta de leitos, insumos e profissionais, não pode suportar uma gestão baseada em ideologias destrutivas. A cidade precisa urgentemente de soluções práticas, que priorizem o bem-estar da população e respaldem-se na ciência.

A nomeação de Pinheiro destacaria o tipo de governo que Andrê Fernandes pretende implementar — um governo que ignora a realidade e promove teorias da conspiração. Fortaleza merece um futuro em que a saúde pública seja tratada com responsabilidade, e não um retrocesso repleto de negacionismo e incompetência. Com as eleições se aproximando, é fundamental que os eleitores reflitam bem sobre o futuro que desejam para sua cidade.