
Aneurisma dissecante da aorta: a doença mortal que levou Wanda Chase a uma partida precoce
2025-04-03
Autor: Lucas
Na noite de quarta-feira, 2, a apresentadora e jornalista Wanda Chase faleceu aos 74 anos em Salvador, Bahia, após complicações de saúde que culminaram em uma cirurgia para tratar um aneurisma dissecante da aorta. Seu falecimento pegou a todos de surpresa e gerou uma onda de luto entre os colegas e admiradores.
O aneurisma dissecante da aorta se caracteriza pelo rompimento da camada interna da aorta, a maior artéria do corpo humano. Este condição é considerada uma emergência médica, uma vez que pode causar obstruções na circulação sanguínea e levar a consequências fatais em minutos.
Essa desintegração ocorre quando há uma dilatação significativa da aorta, podendo aumentar o diâmetro do vaso em até 50%. O fluxo sanguíneo anormal entre as camadas interna e externa da aorta pode resultar em severas complicações, incluindo parada cardíaca.
Felizmente, a Secretaria da Saúde da Bahia destaca que a detecção e tratamento precoce são cruciais para evitar óbitos. Dr. Humberto Álvaro, radiologista intervencionista do Hospital Geral Roberto Santos, enfatiza que o acompanhamento médico adequado pode prevenir a ruptura da artéria. "Um aneurisma não roto pode ser tratado de forma programada, geralmente através de técnicas menos invasivas que apresentam menos complicações."
Os fatores de risco para o aneurisma dissecante incluem hipertensão, diabetes, tabagismo e perfil lipídico descontrolado, além de antecedentes familiares. A doença é altamente silenciosa, muitas vezes passando despercebida até que sua gravidade se torne crítica, o que torna o acompanhamento regular uma ferramenta essencial para a saúde vascular.
Enquanto o tratamento farmacológico pode ajudar a controlar o crescimento de aneurismas, a cirurgia pode se tornar necessária em casos mais críticos. Na abordagem convencional, a parte dilatada da aorta é substituída por uma prótese. Em contrapartida, a cirurgia endovascular, introduzida nos anos 90, utiliza pequenas incisões para inserir uma endoprótese diretamente no local afetado, oferecendo uma recuperação potencialmente mais rápida.
Wanda Chase, nascida em Manaus e radicada na Bahia desde 1991, era uma figura emblemática do jornalismo baiano. Com 27 anos na TV Bahia e mais de 45 prêmios de reconhecimento, sua trajetória era marcada pela paixão, comprometimento e pelo ativismo em prol da comunidade negra.
Ela seria homenageada com o título de cidadã baiana em março, um tributo que foi adiado devido a suas condições de saúde. A jornalista enfrentou uma série de problemas, incluindo virose e infecções, antes de finalmente ser diagnosticada com o aneurisma.
Além de seu trabalho na televisão, Wanda também se destacou como podcaster e escritora, e sua contribuição à cultura e aos direitos civis é inegável. Sua partida deixou um vácuo na luta pela igualdade racial e por melhores representações na mídia, conforme expressou sua família: "Seu legado de luta e paixão pela justiça social continuará a inspirar gerações futuras."
A história de Wanda Chase não é apenas uma lembrança de uma jornalista talentosa, mas também um chamado à atenção sobre as urgências de saúde cardiovascular e a importância de se cuidar e acompanhar as condições médicas silenciosas.