Após seis anos de intenso trabalho como presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto declarou que, nesse momento, seu desejo é descansar com a família. Ele enfatizou que após tantos anos na linha de frente da política econômica, o foco será passar tempo com a esposa e seus dois filhos ao longo dos próximos meses.

Campos Neto fez questão de esclarecer que a decisão sobre seu futuro profissional ainda não está definida, mas ressaltou um fator crucial que irá influenciar essa escolha: o bem-estar de sua família. O economista, que assumiu o cargo em um momento desafiador, permaneceu no posto durante o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mesmo após ter sido indicado por Jair Bolsonaro. Isso demonstra sua capacidade e adaptação em um cenário político em constante mudança.

Durante um café da manhã de despedida com jornalistas, ele compartilhou seu sentimento de que, devido à sua dedicação ao cargo, sua família teve que abrir mão de sua presença ao longo dos anos. Campos Neto destacou que eles têm direito de participar da decisão sobre os próximos passos de sua carreira.

Além disso, o ex-presidente do Banco Central enfatizou a importância da autonomia da instituição, agora garantida por uma nova legislação, que impede que os mandatos dos banqueiros centrais coincidam com os dos presidentes da República. Essa mudança potencializa a independência do Banco Central na formulação da política monetária, um tema que continuará em pauta enquanto o Brasil busca estabilizar sua economia após anos de incertezas.

Com um legado de decisões difíceis e sempre mirando a inflação e a estabilidade da moeda, Campos Neto deixa um marco em sua gestão, e muitos especulam sobre suas possíveis contribuições futuras, seja na iniciativa privada, como consultor ou até mesmo na academia, onde seu conhecimento em economia poderia iluminar as novas gerações.