Ciência

Aquecimento Global: O Que Está Por Trás dos Ciclones e das Supertempestades?

2024-10-04

Autor: Matheus

O aquecimento global está mudando radicalmente a dinâmica dos ciclones, tornando-os mais intensos e destrutivos. De acordo com Michael Mann, climatologista da Universidade da Pensilvânia, o potencial destrutivo dos furacões aumentou em média cerca de 40% devido ao aquecimento global de 1°C já registrado.

Um artigo recente na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) sugere a inclusão de uma nova categoria, a categoria 6, na escala Saffir-Simpson, para classificar tempestades monstruosas com ventos sustentados que superam os 308 km/h. “Estamos diante de uma nova realidade climática”, afirmou Mann.

Especificamente, a formação de tempestades como Helene, que atingiu o status de furacão de categoria 4, é um exemplo claro. David Zierden, climatologista da Flórida, explicou que o calor recorde dos oceanos fornece combustível para essas tempestades, permitindo que elas cresçam em magnitude e força.

Outro fator notável é a “rápida intensificação” dos furacões, quando a tempestade acelera 30 nós em 24 horas. Isso pode causar efeitos devastadores, principalmente se ocorrer próximo à costa, como foi observado com Helene. Karthik Balaguru, cientista climático do Laboratório Nacional do Noroeste do Pacífico, aponta que a mudança nos padrões climáticos contribui para essa rápida intensificação, ao reduzir o cisalhamento do vento, fator que normalmente ajudaria a dissipar a tempestade.

Além disso, a elevação do nível do mar, que aumentou em cerca de 30 centímetros no último século, cria uma base mais alta para os ciclones se formarem, intensificando ainda mais as tempestades. Apesar de recentes investigações, os especialistas ainda se debruçam sobre como as mudanças climáticas afetam a frequência dos ciclones.

Curiosamente, as partículas de poluição geradas pela indústria e veículos podem bloquear a luz solar e atenuar parcialmente os efeitos do aquecimento global. Estudos indicam que, enquanto a poluição na Europa e nos EUA atingiu o pico na década de 1980 e começou a declinar, a frequência de furacões no Atlântico tem aumentado. Por outro lado, as altas taxas de poluição na China e na Índia podem estar suprimindo a formação de tempestades no Pacífico ocidental.

Em meio a essa crescente preocupação, Mann alerta sobre um "aumento dramático" de furacões na última semana, enfatizando que a temporada de ciclones se estende até o dia 30 de novembro. Prepare-se: o clima está mudando, e os ciclones se tornam cada vez mais poderosos e frequentes. Você está preparado para o que pode vir a seguir?