Tecnologia

As 3 carreiras universitárias mais ameaçadas pela inteligência artificial, segundo especialistas

2025-03-28

Autor: Julia

Nos últimos anos, o avanço da tecnologia e da inteligência artificial (IA) tem gerado questionamentos sobre o futuro de diversas profissões. Na Argentina, onde cerca de 2,7 milhões de estudantes estão matriculados, a escolha por cursos voltados para a tecnologia tem se tornado cada vez mais evidente, com destaque para a Licenciatura em Análise de Sistemas, Engenharia Informática e Engenharia Eletrônica.

Sergio Pernice, diretor de Engenharia em Inteligência Artificial da Ucema, enfatiza que o futuro das profissões não depende apenas das habilidades técnicas, mas sim da capacidade de adaptação e criatividade humana. "A criatividade humana encontrará formas inovadoras de agregar valor, enquanto a IA realiza tarefas que eram exclusivamente humanas", afirma Pernice.

Santiago Bellomo, decano da Escola de Educação da Universidade Austral, alerta que cursos universitários que ensinam procedimentos padronizados tendem a se tornar obsoletos. Profissionais que oferecem apenas resultados básicos, como tradutores ou jornalistas que extraem informações de fontes online, podem enfrentar grandes desafios.

No entanto, isso não significa que essas carreiras perderão totalmente seu valor. Antes, essa é uma oportunidade para potencializar as habilidades humanas, destacando atributos como empatia, pensamento crítico e a capacidade de resolver problemas complexos.

Ao ser questionado sobre quais profissões estariam ameaçadas, o ChatGPT apontou três áreas: Primeiramente, a contabilidade tradicional. A IA já está automatizando muitos processos contábeis, como cálculo de impostos e auditorias, o que pode impactar o número de empregos na área. A Morgan Stanley, por exemplo, anunciou a demissão de cerca de 2 mil funcionários, refletindo essa tendência.

Em segundo lugar, a tradução e interpretação generalista foram citadas. Ferramentas de tradução automática como o Google Tradutor e DeepL têm evoluído tanto que a demanda por traduções simples deve diminuir. Porém, tradutores especializados, como os que trabalham com literatura ou áreas técnicas, continuarão a ser valorizados.

Por fim, o jornalismo tradicional também foi considerado uma área em risco. O ChatGPT ressaltou que sua capacidade de gerar conteúdo automaticamente pode reduzir a necessidade de jornalistas que produzem textos simples. Contudo, habilidades como pesquisa aprofundada e análise crítica, que a IA não consegue replicar, continuam a ser essenciais. Álvaro Liuzzi, consultor de mídias especializadas em tecnologia, defende que é essencial que jornalistas voltem às ruas, construindo vínculos reais com as comunidades e usando a tecnologia como uma ferramenta, não como uma barreira.

Além disso, o Gemini, a IA do Google, apontou a administração de empresas como uma carreira com pouca projeção devido à automação crescente nessa área, assim como o direito, que está sendo revolucionado por tecnologias capazes de analisar documentos e gerar relatórios legais rapidamente.

Portanto, enquanto a IA avança, o futuro das carreiras universitárias exigirá dos profissionais uma habilidade diferenciada: a capacidade de inovar e se conectar de maneira humana. A era digital traz desafios, mas também oportunidades únicas para aqueles prontos para se adaptar.