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As 3 grandes questões que podem mudar a economia da América Latina em 2025

2025-01-06

Autor: Maria

As estreitas relações comerciais da América Latina com os Estados Unidos e a China se tornam ainda mais complexas à medida que 2025 se aproxima. Decisões tomadas em Washington e Pequim afetarão diretamente o destino econômico da região.

Com a potencial volta de Donald Trump ao poder em 20 de janeiro, a incerteza reina. O que será que ele planeja? Uma nova guerra comercial com a China, deportações em massa de imigrantes ou tarifas pesadas sobre produtos mexicanos? Apesar de ter prometido essas ações durante a campanha, muitos economistas duvidam que ele consiga implementá-las integralmente.

Paralelamente, a economia da China apresenta sinais de desaceleração. Esse é um fator crítico, já que a China é um dos maiores consumidores de matérias-primas da América Latina. A demanda por produtos como soja, cobre e petróleo enfrenta um declínio, o que coloca em risco os mercados latino-americanos que dependem desse comércio.

Além desses fatores externos, a política interna de países como Brasil, Argentina e México se desenha como um desafio. O governo de Javier Milei na Argentina, por exemplo, já implementou o polêmico "Plano Motosserra", que visa cortes drásticos na burocracia, mas pode gerar descontentamento social. No Brasil, o tensionamento entre a condução econômica de Luiz Inácio Lula da Silva e o setor privado aumenta a incerteza sobre um crescimento sustentável.

1. O impacto das decisões de Donald Trump sobre tarifas

As promessas de Trump de impor tarifas de 10% sobre produtos chineses e 25% sobre mexicanos podem gerar uma nova onda de protecionismo. A possibilidade de que essas medidas levem a uma recessão em ambos os países é um alerta para a América Latina, que poderia sentir os efeitos de uma desaceleração nas exportações e na criação de empregos.

Os economistas estão divididos sobre a eficácia e a verdadeira intenção dessas tarifas, mas a incerteza que elas criam já está impactando investimentos na região. Muitas empresas estão adiando ou revisando seus planos de expansão, especialmente no México.

2. A instabilidade na economia chinesa

A recente desaceleração do crescimento econômico da China deixa a América Latina em uma posição vulnerável. Com consumidores lidando com salários em queda e um mercado imobiliário em colapso, as importações de matérias-primas podem continuar a diminuir. No entanto, especialistas acreditam que o governo chinês poderá implementar medidas para reverter essa tendência, utilizando pacotes de estímulos econômicos.

Mesmo assim, a possibilidade de um conflito comercial com os EUA poderia criar um efeito dominó, resultando em reverberações negativas na economia sul-americana.

3. Desafios políticos e sociais nas principais economias da região

O desafio de Lula no Brasil e de Claudia Sheinbaum no México é enorme. As taxas de desemprego e a pobreza continuam a ser questões críticas. Em um cenário onde a maioria da população está inserida no mercado informal, a busca por um crescimento econômico de 2,4% pode não ser suficiente para enfrentar as desigualdades existentes.

Ademais, a inflação se mantém como uma preocupação central, especialmente para o Brasil, onde os analistas preveem um índice de 4,96% para o próximo ano. Com as tensões fiscais em aumento e a arrecadação em queda, os governos da região enfrentam uma corrida contra o tempo para manter a estabilidade econômica.

Por fim, 2025 pode não ser tão sombrio quanto os anos anteriores, mas o caminho a seguir está cheio de incertezas. Com pressões de investimento e socioeconômicas crescendo, o futuro econômico da América Latina depende não só de fatores externos, mas também das decisões locais que moldarão o desenvolvimento sustentável para milhões de cidadãos.