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‘As pessoas não confiam mais que o governo conseguirá manter uma política fiscal sustentável’, afirma economista

2024-11-25

Autor: Maria

Introdução

O cenário econômico brasileiro está se deteriorando rapidamente. Recentemente, um economista destacou que o governo está ampliando excessivamente os gastos públicos, o que, por sua vez, tem gerado consequências alarmantes, como aumento do déficit público e do endividamento. A consequência direta disso é que o crescimento da economia está superando o que seria considerado saudável. Dados indicam que o Brasil está se expandindo ao redor de 3% do PIB (Produto Interno Bruto) anual, muito por conta da política fiscal expansionista. Este crescimento, chamado de ‘impulso fiscal’, alcançou 2% do PIB em 2023 e, embora tenha diminuído um pouco, permanece entre 1% e 1,5% do PIB. Isso é preocupante, considerando que o crescimento potencial do país gira em torno de 2% a 2,5% ao ano.

Consequências do Impulso Fiscal Excessivo

Esse impulso excessivo é uma receita para o desastre. O Banco Central já sinalizou que a atual política fiscal é incompatível com as medidas monetárias que busca implementar. Um desequilíbrio está se formando: enquanto o governo acelera os gastos, o Banco Central tenta frear a economia para evitar um superaquecimento que desencadearia a inflação. A analogia que o economista usa é bastante clara: é como se estivéssemos em um carro onde o motorista pisa no acelerador e no freio ao mesmo tempo. Isso leva a um conflito que pode resultar em um capotamento econômico.

Desconfiança da População

Infelizmente, a confiança da população na capacidade do governo de administrar as finanças públicas de forma sustentável está em queda. As pessoas se mostram céticas a respeito da credibilidade do governo, que já não demonstra comprometimento com a meta fiscal. A recente retirada de mais de R$ 100 bilhões para manipular os números fiscais só reforça essa desconfiança. Assim, se o governo conseguir apresentar um pacote de contenção de gastos eficaz, poderá surpreender positivamente o mercado.

Expectativas Futuras

No entanto, as expectativas não são otimistas. O economista acredita que o governo não tomará as medidas necessárias para resolver a questão fiscal de longo prazo, mas sim tentará evitar uma piora drástica da situação. A estabilidade atual pode ser insustentável, levando o próximo governante, a partir de 2027, a se deparar com a necessidade de um ajuste substancial nas contas públicas. Isso exigirá um superávit de cerca de 2% a 2,5% do PIB para que a dívida pública não cresça descontroladamente, ou seja, um ajuste fiscal de aproximadamente R$ 250 bilhões.

Custo da Dívida e Políticas Fiscais

Além disso, o Brasil tem enfrentado custos exorbitantes para rolar sua dívida, e uma política fiscal responsável poderia ajudar a reduzir essas taxas de juros. O clima atual, com juros reais em torno de 7% a 9% ao ano, se assemelha a um estado de emergência que poderia ser evitado com decisões mais prudentes. Portanto, o que o governo Lula herda é um desafio monumental: transformar a herança maldita recebida em uma trajetória de crescimento sustentável.