A tragédia envolvendo a morte de Adriana Soares Lima Laurentino, de 46 anos, após um procedimento estético de harmonização de glúteos, gerou um alarme geral sobre o uso do polimetilmetacrilato (PMMA). Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o PMMA é um componente plástico, amplamente utilizado em diversos setores, mas não é indicado para práticas estéticas.

O renomado cirurgião plástico Murilo Vasconcellos alertou que o PMMA pode resultar em efeitos colaterais severos e até irreversíveis. "Esta substância sintética, composta por um gel com micropartículas de plástico, pode causar microlesões devastadoras, como lesões vasculares que, caso ocorram, culminam em necrose", afirmou, ressaltando a gravidade da situação.

Conforme as diretrizes da Anvisa, o PMMA deve ser usado somente para tratamentos reparadores, como para correção de complicações de saúde, como as que surgem em pacientes que sofreram poliomielite ou que apresentam lipodistrofia devido ao uso de medicamentos antirretrovirais.

Adriana foi encontrada sem vida em sua casa, e a Polícia Civil de Pernambuco já está investigando o caso. O Conselho Regional de Medicina do Estado (Cremepe) informou que o médico que realizou o procedimento não tem registro regular e que a clínica não possui as condições necessárias para a realização de tais intervenções, sendo considerada insegura segundo o Conselho Federal de Medicina.

Murilo Vasconcellos enfatizou a importância de procurar cirurgiões plásticos qualificados e ambientes adequados para qualquer procedimento estético, afirmando: "É fundamental que os pacientes se certifiquem de que o profissional é credenciado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e que a intervenção seja realizada em ambiente hospitalar, respeitando todas as normas de segurança".

Ele também lembrou que alternativas mais seguras e eficazes para a harmonização de glúteos existem, como a utilização de próteses, enxertos de gordura ou preenchimentos com ácido hialurônico, que, apesar de terem um custo mais elevado, são muito mais seguros que o PMMA.

Esse caso triste levanta uma questão crucial sobre a segurança e a regulamentação dos procedimentos estéticos, alertando sobre os riscos de buscar soluções rápidas e baratas. A prevenção é sempre o melhor caminho!