ATENÇÃO! Quase 600 mil moradias estão em risco de deslizamentos e inundações no Rio de Janeiro!
2025-04-03
Autor: João
Um novo e alarmante estudo, o Índice de Vulnerabilidade a Chuvas Extremas na cidade do Rio de Janeiro (IVCE-RJ), revela que cerca de 599 mil domicílios, representando 21% do total, estão em alto risco de deslizamentos ou inundações. Dentre esses, 142 mil estão em situação de risco muito alto. À medida que ondas de calor e eventos climáticos extremos se tornam cada vez mais frequentes e intensos, o Rio de Janeiro se configura como uma verdadeira bomba climática.
A pesquisa destacou que, para deslizamentos, 70 mil casas estão em alta vulnerabilidade, sendo que 9,7 mil estão em risco crítico. Já em relação às inundações, as cifras são alarmantes: 530 mil residências estão em alta vulnerabilidade, com 132 mil sob alto risco. O índice foi desenvolvido pelo projeto Rio 60ºC em colaboração com o grupo de pesquisa RioNowcast+Green, do Instituto de Computação da Universidade Federal Fluminense.
"Monitorar dados climáticos é essencial para o nosso trabalho. A escalada de eventos extremos nos preocupa profundamente. Antes das tragédias em São Sebastião (SP) e Petrópolis (RJ), já estávamos refletindo sobre os danos que chuvas muito intensas poderiam causar em grandes cidades brasileiras", afirma Thiago Medaglia, diretor-executivo da Ambiental e idealizador do projeto.
Vulnerabilidades em áreas críticas
O Morro dos Prazeres, em Santa Teresa, que foi palco de uma tragédia em 2010 que resultou na morte de 34 pessoas, atualmente possui 604 residências em áreas de alta vulnerabilidade a deslizamentos, sendo 222 em risco extremo. Em outros pontos críticos, como a favela Pavão-Pavãozinho e Cantagalo, na Zona Sul, 3 mil moradias estão em alta vulnerabilidade (62%), com 899 em risco muito alto. Já na Rocinha, 10,5 mil casas (42%) enfrentam alto risco de deslizamentos, com 1,4 mil em situação crítica.
No que tange a inundações, os números são igualmente preocupantes. Em janeiro de 2024, chuvas intensas causaram a morte de quatro pessoas e danificaram mais de 20 mil residências nos bairros de Acari, Pavuna e Irajá, na Zona Norte. Nesses bairros, cerca de 31 mil residências (34%) estão em alto risco de inundações, das quais 7,6 mil se encontram em situação crítica. No Jardim Maravilha em Guaratiba, 61% das residências estão em alta vulnerabilidade, e na favela Rio das Pedras, em Jacarepaguá, 5,1 mil casas (16%) também estão em áreas de alto risco de inundação.
Metodologia e impacto do estudo
O estudo utilizou uma metodologia inovadora, cruzando dados socioeconômicos com informações sobre riscos geológicos. A análise foi fundamentada nas Cartas de Suscetibilidade a Movimentos Gravitacionais de Massa e Inundações, do Serviço Geológico Brasileiro e em dados disponíveis do Instituto Pereira Passos e do IBGE.
Este índice é uma ferramenta vital para compreendermos o aumento dos riscos de desastres naturais e apoiar a elaboração de políticas de adaptação e justiça climática. Além disso, o projeto Rio 60ºC combina jornalismo investigativo com modelagem climática para oferecer dados acessíveis, como reportagens, infográficos e mapas interativos, que revelam os setores mais vulneráveis da cidade.
Medidas de adaptação são urgentes
A urbanização descontrolada e a impermeabilização do solo na cidade têm dificultado o escoamento natural das águas pluviais, resultando em enchentes devastadoras. É essencial que a cidade implemente uma reestruturação urbana que integre soluções sustentáveis, como a criação de parques alagáveis, melhoramentos nos sistemas de drenagem e a preservação de manguezais.
A Ambiental lançou 10 medidas recomendadas para evitar tragédias, que incluem a criação de pontos de apoio, arborização, drenagem adequada, limpeza de rios e investimentos em estações meteorológicas e pluviômetros. As sirenes, fundamentais para alertar a população, ainda são um ponto fraco. Desde a instalação de 168 equipamentos em 2011, apenas 164 estão operando, cobrindo apenas um terço das áreas de risco, o que é insuficiente diante do cenário de emergência climática.
O momento pede ação e responsabilidade! "Esperamos que nossos dados possam direcionar olhares e investimentos para a adaptação climática nas áreas periféricas das grandes cidades, melhorando assim a coleta e a disponibilização de informações para a população e pesquisadores", conclui Mariza Ferro, coordenadora do RioNowcast+Green. O cenário é crítico, e a hora de agir é agora! O projeto Rio 60ºC conta com o apoio do Pulitzer Center e do Instituto Serrapilheira, evidenciando que a situação climática do Rio é mais alarmante do que muitos imaginam!