Tecnologia

Aumentam as buscas por como excluir Facebook e Instagram após mudanças polêmicas na Meta

2025-01-10

Autor: Lucas

Após as recentes alterações implementadas pela Meta, houve um notável aumento nas buscas sobre como excluir contas do Facebook e Instagram. Além desse fenômeno, muitos usuários nos Estados Unidos também estão pesquisando alternativas a essas plataformas, com destaque para Bluesky e Mastodon. Essas redes sociais estão ganhando popularidade desde que Elon Musk adquiriu o X (anteriormente Twitter) e começou a fazer alterações significativas na plataforma.

No Brasil, a situação também está em transformação. Durante o tempo em que o X ficou fora do ar, muitos brasileiros migraram para o Bluesky, buscando uma rede social que estivesse em sintonia com suas necessidades.

O interesse em excluir perfis das redes da Meta coincide com o relaxamento das regras da empresa, o que tem gerado preocupações sobre o aumento da disseminação de fake news, discursos de ódio e conteúdos políticos inflamados. Especialistas afirmam que as mudanças promovidas pela Meta abrem espaço para a propagação de informações enganosas e prejudiciais.

Recentemente, a Meta anunciou que deixará de contar com agências de checagem de fatos profissionais, optando por um sistema comunitário de notas, semelhante ao utilizado pelo X. Segundo Mark Zuckerberg, a empresa pretende implementar essa mudança primeiro nos Estados Unidos e, posteriormente, no restante do mundo.

Em um vídeo de anúncio, Zuckerberg fez referências a ”Cortes secretas da América Latina” e mencionou que o STF (Supremo Tribunal Federal) estaria censurando redes sociais, embora não tenha apresentado evidências para suas afirmações. Ele também expressou apoio ao futuro presidente dos EUA, Donald Trump, e ao empresário Elon Musk, alinhando-se com uma visão crítica em relação a regulamentos da União Europeia.

No Brasil, o presidente Lula classificou as alterações na Meta como "extremamente graves" e enfatizou a importância de que a comunicação digital tenha a mesma regulamentação de mercado que a imprensa tradicional. Atualmente, as redes sociais no Brasil operam sob o Marco Civil da Internet, mas um projeto de regulamentação ainda está em debate no Congresso, sem avanço significativo.

Lula anunciou que irá convocar uma reunião para discutir o assunto, mas não forneceu detalhes adicionais. Vale destacar que o presidente é um crítico da tecnologia moderna, incluindo a inteligência artificial, e não utiliza redes sociais.

O secretário de Políticas Digitais, João Brant, expressou sua desaprovação em relação à decisão, argumentando que isso poderia reforçar o uso das redes por grupos extremistas, tornando-as plataformas para propaganda de opiniões políticas radicais. Brant também destacou que a Meta poderia comprometer financeiramente as empresas que realizam checagem de fatos, afetando suas operações.

Em resposta às mudanças, o Ministério Público Federal em São Paulo deu um prazo de 30 dias para que a Meta esclareça se essas novas políticas também serão aplicadas no Brasil.

Mudanças alinhadas com Trump

As recentes decisões de Zuckerberg refletem uma aproximação com as políticas de Donald Trump, que será empossado em breve. Zuckerberg argumentou que as agências de checagem nos EUA seriam tendenciosas, e que as novas orientações ajudariam a "restaurar a liberdade de expressão nas plataformas", algo que ressoa com ideais conservadores e figuras políticas de extrema direita.

O novo sistema permitirá que os usuários verifiquem conteúdos questionáveis, adicionando notas com referências. Outros usuários poderão votar na veracidade dessas informações. No entanto, essa nova política não se aplica ao WhatsApp.

A informação sobre restrições severas será focada em questões altamente sensíveis, como terrorismo e exploração sexual, enquanto para assuntos considerados menos graves, a Meta irá confiar nas denúncias dos usuários antes de agir.