Bactéria Virulenta e Resistente a Antibióticos se Espalha pela Ásia e Preocupa Cientistas
2024-11-10
Autor: Ana
Cientistas de universidades renomadas, como Birmingham, na Inglaterra, e Zhejiang, na China, alarmaram o mundo ao identificar uma nova cepa da bactéria Acinetobacter baumannii resistente a carbapenem (CRAB) em uma unidade de terapia intensiva (UTI) em Hangzhou. Essa variante, chamada ST164, foi descoberta durante investigações sobre medidas de prevenção e controle da infecção em 2021.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) já havia colocado os CRAB no topo de sua lista como microrganismos que precisam urgentemente de novos tratamentos desde 2017, enfatizando a necessidade de uma resposta global.
O estudo, que utilizou vigilância genômica, revelou que impressionantes 80,9% das amostras de A. baumannii eram resistentes aos antibióticos da classe dos carbapenêmicos, conhecidos por sua ampla eficácia. Dentre essas amostras, a variante ST164 representava 40,2% do total, um indicativo preocupante do aumento de resistência.
Os pesquisadores notaram um crescimento significativo desta nova cepa desde meados de 2020. Para se ter uma ideia da gravidade da situação, em 2019, outra variante, a GC2, dominava com 99,5% das amostras, mas sua prevalência caiu para 50,8% em 2021, enquanto a ST164 se estabeleceu como a nova ameaça, exibindo cerca de duas vezes mais resistência aos antibióticos.
De acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC), a Acinetobacter baumannii é associada a infecções severas, incluindo pneumonia, infecções do trato urinário e septicemia. As condições em ambientes médicos, como hospitais e lares de idosos, proporcionam um terreno fértil para o surgimento dessa bactéria, que tem maior probabilidade de infectar pacientes vulneráveis, especialmente aqueles que receberam cateteres, estão em ventilação mecânica ou estão em recuperação pós-operatória.
Alan McNally, coautor da pesquisa, alertou: “A CRAB representa um risco sério para pacientes hospitalizados e pode causar doenças graves, inclusive meningite e infecções de tecidos moles.” A situação é ainda mais alarmante, pois a Acinetobacter baumannii tem a capacidade de sobreviver em superfícies hospitalares e equipamentos médicos por longos períodos, podendo infectar pacientes em até 48 horas após a internação.
Com o aumento das infecções resistentes a antibióticos, é crucial que instituições de saúde e governos implementem medidas eficazes de controle e prevenção para conter a disseminação dessa bactéria, a fim de proteger a saúde pública. O que mais a ciência pode descobrir sobre essas infecções? A luta contra bactérias resistentes está apenas começando!