Desafio da Baixa Natalidade na Coreia do Sul

A Coreia do Sul enfrenta um desafio crescente com suas taxas de natalidade em queda. Em resposta a essa crise, o governo começou a promover encontros e casamentos por meio de agências especializadas, e a expectativa é que essa estratégia ajude a reverter o cenário alarmante.

História de Min Jung

Min Jung, uma sul-coreana de 30 anos, estava em um relacionamento de três anos quando ouviu de seu então namorado que não pretendia se casar. Abalada, decidiu experimentar os serviços de uma agência de encontros e eventualmente conheceu Tae Hyung, que hoje é seu marido. Eles se casaram recentemente e estão animados para construir uma vida juntos, saindo da rotina monótona de empregos tradicionais.

Mudança nas Percepções sobre Casamento

As agências de casamento na Coreia do Sul têm visto um aumento significativo na demanda nos últimos anos, refletindo uma mudança nas percepções sobre o casamento. Antigamente, esses serviços eram associados a pessoas sem opções, mas agora muitos jovens os consideram uma forma legítima de encontrar um parceiro compatível.

Impacto da Pandemia

Um vice-presidente de uma dessas agências observou que o confinamento durante a pandemia de COVID-19 limitou as oportunidades de encontros, levando mais pessoas a buscar ajuda profissional para encontrar um amor verdadeiro. O serviço, que começa com uma avaliação criteriosa em que são coletadas informações pessoais detalhadas, inclui uma classificação baseada na ocupação e patrimônio, algo que gerou críticas por ser considerado materialista.

Apoio do Governo

O fenômeno dos encontros não se limita às agências privadas. O governo sul-coreano também começou a organizar eventos de encontro para jovens solteiros, como uma recente iniciativa em Seongnam. Com 100 participantes de várias idades, o encontro foi descrito como animado, apesar de ser promovido pelo governo, e proporcionou uma atmosfera descontraída para a formação de novas conexões.

Cenário Crítico da Natalidade

Entretanto, o cenário da natalidade na Coreia é crítico. Em 2023, o número de casamentos caiu 40% comparado a uma década atrás, e a taxa de fecundidade atingiu a impressionante marca de 0,72, a menor do mundo. Especialistas apontam que as longas jornadas de trabalho, os altos custos de vida e a pressão para equilibrar carreira e maternidade contribuem para desestimular os jovens a formar famílias.

Investimentos em Benefícios Familiares

Para abordar esses problemas, o governo também está investindo em benefícios familiares, como subsídios para creches e empréstimos com juros baixos para recém-casados. No entanto, há quem critique a intervenção estatal, argumentando que o foco deveria ser melhorar as condições de trabalho para mães e reduzir os custos de vida, em vez de insistir que os jovens se casem ou tenham filhos.

Reflexões Finais

Com a sociedade sul-coreana em transformação e um futuro incerto para a taxa de natalidade, o governo busca alternativas. Mas será que encontros e casamentos organizados serão suficientes para reverter essa queda? A pressão por relacionamentos e a formação de famílias continua crescente, e as soluções precisam ir além de eventos e encontros, tocando em questões fundamentais que afetam a vida dos jovens.

Opinião do Leitor

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