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Banco Central aprova aquisição da corretora Sim;paul pela Binance – O que isso significa para o futuro das criptomoedas no Brasil?

2025-01-02

Autor: Lucas

O Banco Central do Brasil deu um passo monumental ao aprovar, na virada do ano, a aquisição da corretora brasileira Sim;paul pela gigante das criptomoedas Binance, conforme anunciou a plataforma nesta quinta-feira (2). Com essa aprovação, a Binance se torna a primeira exchange no País a obter uma licença de corretora de valores mobiliários, embora já existam outras operando com licenças de Instituição de Pagamento.

A Binance estava aguardando essa autorização regulatória desde março de 2022, quando a negociação com a Sim;paul foi anunciada. A corretora detém licenças específicas para emissão de moeda eletrônica e distribuição de valores mobiliários, ambas concedidas pelo Banco Central. Esses ativos são considerados essenciais por representantes da Binance, que afirmam que ajudam a empresa a "ser mais eficaz no cumprimento das novas exigências regulatórias".

Richard Teng, CEO da Binance, destacou em comunicado: “A aprovação recebida no Brasil ressalta nosso compromisso com a conformidade e a segurança. Continuaremos a oferecer aos nossos usuários locais uma plataforma segura, confiável e inovadora para atender suas necessidades de criptoativos.”

A aquisição da Sim;paul, que está baseada em Porto Alegre, acontece em um momento crítico, já que o Brasil está se preparando para legislações mais rigorosas que exigem que plataformas de criptomoedas tenham representação física no país. Atualmente, as regras que irão regular o setor estão sendo discutidas em consultas públicas organizadas pelo Banco Central, mas já existe um Projeto de Lei aprovado na Câmara que propõe a obrigatoriedade de uma sede no Brasil para operar no território nacional. O PL ainda precisa ser analisado pelo Senado e aguarda a definição de um relator.

Guilherme Nazar, vice-presidente regional da Binance para a América Latina, comentou: “Esta licença representa um marco significativo no nosso compromisso contínuo de expandir produtos e serviços no Brasil.”

Atualmente, a Binance é a maior exchange de criptoativos do mundo, mas a distância para os concorrentes tem diminuído ao longo do último ano, especialmente após a empresa enfrentar adversidades significativas, incluindo uma multa histórica e a prisão de seu ex-CEO, Changpeng Zhao, em um acordo com reguladores americanos.

De acordo com dados da CCData, em outubro de 2024, a Binance detinha uma participação de mercado de 36,6% nas negociações nos mercados à vista e de derivativos, sua menor marca desde 2020, ano em que o Bitcoin também experimentou uma escalada depois de um longo período de baixa.

Além disso, informações atualizadas do CoinGecko revelam que a Binance registrou 70 milhões de visitas mensais, superando os 60 milhões da americana Coinbase. Porém, a diferença no volume negociado é significativa, com a Binance movimentando cerca de 2,8 vezes mais que a sua concorrente.

Com essa nova aquisição e a crescente regulamentação, o futuro das criptomoedas no Brasil parece promissor, mas o mercado deverá se adaptar rapidamente para acompanhar as novas exigências. Será que a Binance conseguirá manter sua liderança ou os desafios regulatórios irão impactar seu crescimento? Fique atento!