
Banco Central pode barrar compra do Master pelo BRB, segundo especialistas
2025-03-30
Autor: Carolina
O Banco do Brasil fez história ao liberar R$ 600 milhões em um novo empréstimo consignado para trabalhadores da modalidade CLT, aumentando a pressão no mercado financeiro.
Em meio ao crescente endividamento dos trabalhadores, a demanda inicial de R$ 1,28 bilhão para este novo consignado foi impulsionada principalmente pela 'troca de dívida', conforme revelou o Ministro Haddad.
O Banco Central do Brasil está monitorando atentamente a proposta de compra do Master pelo Banco de Brasília (BRB), que está avaliada em R$ 2 bilhões. Recentemente, o BC afirmou que ainda aguarda a solicitação formal para a avaliação deste negócio, que é um tema quente na economia.
O anúncio da venda do Master não pegou o mercado de surpresa, uma vez que o banco já vinha lutando para captar recursos e enfrentava taxas de juros altíssimas, alcançando até 140% do CDI em seus Certificados de Depósito Bancário (CDBs).
O grande questionamento dos investidores gira em torno do BRB, um banco público que, se conseguir adquirir o Master, se tornaria responsável por parte dos ativos problemáticos. Isso gerou interpretações no mercado de que essa compra poderia ser uma estratégia de “salvação” para o Master, que já estava com a imagem desgastada devido a seus títulos problemáticos, como precatórios.
Analisando a situação, um investidor destacado mencionou que instituições privadas haviam demonstrado interesse, mas recuaram ao constatar a quantidade de ativos problemáticos que o Master possui. A aquisição de um banco com esses passivos poderia prejudicar a saúde financeira de qualquer instituição privada que se aventurasse.
Fontes ligadas ao mercado financeiro afirmam que a proposta de aquisição envolve a compra de 49% das ações ordinárias (com direito a voto) e 100% das ações preferenciais do Master. Isso resultaria em uma participação total de 58% do capital do banco, mas sem controle total, o que levanta dúvidas sobre a viabilidade do negócio.
Os riscos associados a ativos problemáticos foram evidentes quando agentes financeiros que distribuíam os CDBs do Master recebiam comissões de 4%, enquanto grandes bancos pagam apenas 0,5% por esse serviço, um diferencial preocupante para investidores mais conservadores.
Diante de tudo isso, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, destacou que a aquisição do Master faz parte de um plano ambicioso para transformar o BRB em uma instituição de destaque nacional. Ele declarou: "A avaliação da operação é extremamente positiva. O BRB se reposiciona no mercado como um dos maiores bancos do país". Se a compra for concretizada, o BRB poderá subir para a 17ª posição entre os maiores bancos do Brasil.
Esse movimento estratégico vem sendo planejado desde o ano passado, e se a transação for aprovada, pode impulsionar a arrecadação do Distrito Federal em 2025, com a expectativa de que os dividendos distribuídos pelo BRB aumentem de R$ 200 milhões para cerca de R$ 1 bilhão, permitindo que o banco entre em novos segmentos como mercado de capitais e câmbio.