Luiz Eduardo Baptista, conhecido como Bap, atual presidente do Flamengo, revolucionou a maneira como o clube negocia jogadores. A partir de agora, o time rubro-negro não vende mais atletas sem o pagamento imediato ou garantias bancárias adequadas. Essa nova abordagem visa proteger o Flamengo de possíveis calotes em transações financeiras, um problema recorrente no futebol brasileiro.

Em uma entrevista à Flamengo TV, Bap comentou sobre a surpresa de muitos ao afirmar que o Flamengo não vende mais a prazo e destacou que o curioso é que a verdadeira surpresa deveria ser a falta de pagamento por parte de alguns clubes. Ele comparou a situação a manter uma sociedade com alguém que deve dinheiro: "Você ficaria sócio de alguém que te deve R$ 1 mil?" questionou.

Bap, que assumiu a presidência em janeiro, mencionou que uma das garantias que os clubes podem oferecer para negociar com o Flamengo inclui a cota de direitos de transmissão. Ele também criticou a prática antiga do futebol brasileiro, onde as transferências ocorram sem o cumprimento das obrigações financeiras.

"Agora só vendo se for à vista, e se tiver dúvida, tudo bem. O Flamengo só fará negócios com clubes brasileiros desta maneira: pagamento à vista ou com garantias, como contratos de transmissão", explicou.

Para ilustrar sua argumentação, ele deu um exemplo onde, se um clube deve R$ 2 milhões ao Flamengo e tem um contrato com a Globo no valor de R$ 10 milhões, a emissora reteria a quantia devida ao Flamengo até que o clube quitasse sua dívida. Para Bap, essa prática é fundamental para um ambiente de negócios saudável, afastando a cultura de não pagamento que ainda persiste entre alguns clubes.

Durante a conversa, Bap não se esqueceu de mencionar o Corinthians, apontando o endividamento do clube paulista referente à compra do volante Raniele do Cuiabá. Isso surgiu após a reclamação do presidente do Cuiabá, Cristiano Dresch, que enfatizou a perda tanto do jogador quanto do dinheiro devido.

"A maioria dos clubes nos parabenizou pela nova postura e, curiosamente, alguns presidentes também comentaram sobre a dificuldade de receber pagamentos de muitos colegas, especialmente o do Cuiabá", revelou Bap. Segundo ele, esse poderia ser um passo em direção a um fair play financeiro mais rigoroso na liga.

Com essas mudanças, fica claro que o Flamengo pretende não apenas proteger suas finanças, mas também influenciar toda a dinâmica do mercado de transferências no Brasil.