O presidente sírio Bashar al-Assad, que tem se mantido no poder desde a morte de seu pai, Hafez al-Assad, em 2000, teria deixado a capital Damasco em meio a um avanço significativo das forças rebeldes, de acordo com informações de agências internacionais.

Fontes da Reuters relataram que Assad deixou Damasco em direção a um destino desconhecido, enquanto os rebeldes entraram na cidade sem encontrar resistência militar. Milhares de civis se aglomeraram nas praças, celebrando a chegada dos rebeldes e gritando "Liberdade!".

O primeiro-ministro sírio, Mohammad Ghazi al-Jalali, decidiu permanecer em sua casa, afirmando que continuará a apoiar a estrutura de governo. O líder rebelde Ahmed al-Sharaa enfatizou que o acesso a instituições públicas estaria vedado até que uma transição oficial ocorra.

Poucas horas antes deste evento, os rebeldes tomaram oficialmente o controle da cidade de Homs, um movimento que reforça a pressão sobre o regime de Assad, que os analistas afirmam estar à beira do colapso.

Hadi al-Bahra, líder da oposição baseado na Turquia, anunciou à Al Jazeera que representantes da oposição se reunirão com líderes árabes, europeus e da ONU para definir a próxima fase política na Síria.

O presidente dos EUA, Joe Biden, está “monitorando de perto” os desenvolvimentos extraordinários na região, segundo um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional. Enquanto isso, Donald Trump, já eleito para assumir a presidência em janeiro, sugeriu anteriormente que os Estados Unidos não deveriam se envolver diretamente no conflito sírio.

Quem é Bashar al-Assad?

Bashar al-Assad, com 59 anos, é um médico oftalmologista de formação e ascendeu ao poder após a morte de seu irmão mais velho, Basil, em um acidente. Ele tornou-se presidente em 10 de junho de 2000, quando tinha apenas 34 anos, e desde então tem conseguido manter o controle do país, apesar do conflito civil devastador que começou em 2011. Sua família, de origem alauíta, une poder político a um forte controle militar, e sua manutenção no governo é vista como um reflexo de apoio externo, principalmente da Rússia e do Irã.

A Guerra na Síria

Após anos de violência, a guerra civil síria parece ter revivido com o recente avanço dos rebeldes, liderados pela facção Hayat Tahrir al-Sham. Este grupo, que se originou como uma ramificação da Al Qaeda, conquistou áreas estratégicas como Aleppo e Homs em um breve período, cercando Damasco. As tensões aumentaram ainda mais com a escalada de confrontos e uma crescente instabilidade nas ruas, onde relatos de tiroteios se tornaram comuns.

Com o envolvimento da Rússia em sua própria guerra com a Ucrânia, muitos analistas argumentam que a capacidade de Assad de suportar a pressão externa está diminuindo. A potencial queda de Assad poderia criar um vazio de poder que exacerbaria conflitos já existentes na região, envolvendo potências como Israel, Irã e o Hezbollah. Esta situação-a mesa gera uma expectativa de que eventos futuros possam ter repercussões em uma escala ainda maior, não só na Síria, mas em todo o Oriente Médio.