A gigante farmacêutica alemã Bayer foi condenada a desembolsar aproximadamente US$ 2,1 bilhões a um homem que alegou ter desenvolvido câncer em decorrência do uso do herbicida Roundup. O veredito foi decidido por um júri na Geórgia, nos Estados Unidos, representando mais um desafio significativo para a companhia, que já enfrentou custos que superam US$ 10 bilhões em processos judiciais semelhantes.

Dentre os valores, a sentença inclui US$ 65 milhões em danos compensatórios e impressionantes US$ 2 bilhões em danos punitivos, de acordo com os escritórios de advocacia Arnold & Itkin LLP e Kline & Specter PC, que estão representando o autor da ação. A informação foi reportada pela agência Reuters e ressalta o aumento da pressão sobre a Bayer em relação à segurança de seus produtos.

A Bayer, que discorda veementemente da decisão, já anunciou que irá recorrer e tem um histórico de conseguir redução em valores determinados pelos júris, com cortes chegando a impressionantes 90%. A empresa insiste na segurança do Roundup e planeja levar o caso à Suprema Corte dos EUA, em uma tentativa de contestar o veredito.

É importante lembrar que a Bayer adquiriu os direitos sobre o Roundup em 2018 ao comprar a empresa agroquímica americana Monsanto por um montante de US$ 63 bilhões. O herbicida, que é amplamente utilizado por agricultores em todo o mundo, tem sido alvo de críticas e ações judiciais devido à crescente evidência que associa o glifosato, o ingrediente ativo do Roundup, ao desenvolvimento de vários tipos de câncer.

Este veredicto pode abrir precedentes e trazer à tona novas investigações sobre a comercialização e uso de herbicidas à base de glifosato, levantando questionamentos sobre a regulamentação e os testes de segurança realizados pelas empresas fabricantes. Especialistas afirmam que este caso pode impactar não apenas a Bayer, mas toda a indústria agroquímica, uma vez que o debate sobre a saúde pública e o meio ambiente continua a crescer.