
Big Techs Utilizam China para Convencer EUA a Driblar Direitos Autorais para IA
2025-04-08
Autor: Gabriel
As grandes empresas de tecnologia, conhecidas como Big Techs, estão se unindo para pressionar os EUA a revisarem as leis de direitos autorais em relação à Inteligência Artificial (IA). Esses gigantes da tecnologia, incluindo o Google, OpenAI e Meta, têm pontos de vista semelhantes em alguns aspectos, mas divergem em outros, especialmente em relação à responsabilidade e ao uso de dados protegidos por direitos autorais.
Um dos temas centrais da discussão é a melhoria da capacidade energética, essencial para os data centers, que são grandes consumidores de eletricidade, e para a expansão do uso da IA em serviços federais. Além disso, as Big Techs estão propondo regulamentos que atinjam o fluxo de chips para outras nações, numa tentativa de manter a vantagem tecnológica dos EUA.
Uma questão crítica é a responsabilidade sobre o conteúdo gerado pela IA. O Google, por exemplo, acredita que as empresas que desenvolvem modelos de IA não devem ser responsabilizadas pelas informações geradas quando instigadas por usuários. A empresa argumenta que sua obrigação se limita a fornecer informações sobre o treinamento dos modelos e os mecanismos de supervisão humana.
Por outro lado, a OpenAI, criadora do famoso ChatGPT, defende uma avaliação legal mais flexível, limitando-a ao momento em que um serviço é efetivamente contratado. Ela também pressiona por uma exceção de "uso justo", permitindo a utilização de dados protegidos de forma que não seja necessária a autorização dos proprietários, o que, segundo eles, é vital para competir no mercado global.
A Meta, desenvolvedora do modelo de IA open source Llama, argumenta que a imposição de barreiras à exportação de IAs open source possibilitaria a dominação de modelos chineses, que estariam em evolução constante.
Em um contexto mais amplo, as Big Techs estão tentando enquadrar a questão da IA dentro da segurança nacional dos EUA. Elas acreditam que a Casa Branca deveria tratá-la como uma questão prioritária, já que a proteção e o desenvolvimento da IA são vistos como fundamentais para a competitividade do país no cenário global. Assim, o aumento das leis de direitos autorais no âmbito da IA é considerado por alguns como um risco à segurança nacional, indo ao encontro de narrativas políticas que visam fortalecer a indústria americana.
As empresas também pressionam por políticas que restrinjam o fornecimento de chips a países considerados rivais, destacando a necessidade de impedir que a China ganhe vantagem na corrida pela liderança na IA, especialmente em um momento em que o país tem se destacado em publicações científicas e inovações tecnológicas. A OpenAI, por exemplo, está buscando banir chips da Huawei e expandir a lista de países que podem adquirir hardware sem restrições, vinculado a um conceito de "princípios democráticos da IA".
À medida que a corrida pela IA avança, as grandes empresas de tecnologia continuam a articular suas estratégias, fazendo frente a questões legais, éticas e competitivas que moldarão o futuro da inteligência artificial não apenas nos EUA, mas globalmente.