Bilionários Brasileiros Enfrentam Prejuízos Com a Alta do Dólar
2024-12-21
Autor: Ana
A alta do dólar tem causado estragos nas fortunas dos bilionários brasileiros. Personalidades como Rubens Ometto e André Esteves viram suas riquezas derreterem em função da negativa de Luiz Inácio Lula da Silva em adotar cortes de gastos que o mercado desejava. O déficit fiscal do Brasil já alcançou níveis alarmantes, próximos a 10% do PIB, aumentando as incertezas econômicas.
Recentemente, a situação piorou. A diluição dos cortes de gastos propostos pelo governo no Congresso, somada a investimentos em tentativas frustradas do Banco Central para estabilizar a moeda, resultaram em uma perda de US$ 230 bilhões na bolsa brasileira apenas este ano, com US$ 60 bilhões em uma única semana.
Esse cenário de crise assusta investidores que, mesmo diante de um crescimento econômico relativamente robusto, temem que Lula impeça decisões cruciais para o investimento a longo prazo, comprometendo a atratividade do país para investidores estrangeiros.
Para 2025, as taxas de juros devem subir para cerca de 15% ao ano, e não há sinais de que o governo de esquerda cederá às pressões do mercado por austeridade. Ricardo Lacerda, presidente do BR Advisory Partners, analisou a situação e disse: “Estamos presenciando uma destruição de valor generalizada e sem precedentes.” Ele ainda alertou para a paralisação de projetos e fusões enquanto investidores perdem confiança.
Exemplos de grandes perdas são evidentes no mercado. Ometto, da Cosan, viu 66% do valor de sua companhia evaporar. Luiza Trajano, do Magazine Luiza, viu suas ações caírem 75% em dólares, reduzindo sua valorização que já superava US$ 1 bilhão, segundo o Bloomberg Billionaires Index. Outros bilionários, como Rubens Menin, enfrentam situações semelhantes com suas empresas registrando quedas significativas.
Contrapôs-se a isso a boa performance de exportadores. Empresas como JBS e BRF, que se beneficiam da alta do dólar, estão entre as raras exceções que não seguem a tendência de queda. O bilionário ao lado dos produtores de carne e máquinas industriais como a WEG teve ganhos significativos neste período de instabilidade.
Em meio a essa turbulência, há uma crescente migração de capitais. Pedro Romeiro, da multifamily office Carpa, indicou que muitos clientes estão diversificando suas carteiras, com recomendações de alocar até 50% em moeda forte, um aumento significativo em relação aos 20% recomendados anteriormente. Além disso, a busca por residência fiscal fora do Brasil está em alta, com destinos como Uruguai e Portugal atraindo brasileiros mais ricos preocupados com a instabilidade econômica.
A fuga de cérebros também é uma preocupação crescente. A incerteza sobre o futuro econômico do Brasil tem levado muitos jovens a considerar oportunidades internacionais, enquanto a alta do dólar e o aumento dos custos de vida no Brasil se tornam mais evidentes, impactando a inflação e os juros. Para 2025, economistas preveem que os preços ao consumidor apresentarão os efeitos da desvalorização da moeda e da alta no custo do crédito.
No entanto, apesar das dificuldades, o otimismo não desapareceu completamente. Investidores estão buscando oportunidades nas fintechs que oferecem transferências e investimentos em dólar, buscando proteger seus ativos. Com um cenário assim volátil e incerto, apenas o tempo dirá qual será o futuro para os bilionários brasileiros e o país como um todo.