As tensões na Bolívia aumentaram intensamente com os bloqueios de estradas promovidos por apoiadores do ex-presidente Evo Morales, que buscam evitar sua prisão iminente. Os manifestantes, que se mobilizam contra as investigações que envolvem supostos abusos cometidos durante seu mandato, enfrentaram a polícia em diversas localidades, incluindo Paratoni, onde confrontos ocorreram no dia 15 de outubro de 2024.

Desde segunda-feira (14), os protestos começaram a ganhar força, com agricultores e cidadãos bloqueando rodovias cruciais que ligam Cochabamba a importantes cidades como La Paz, Sucre e Santa Cruz. A Autoridade Boliviana de Rodovias (ABC) relatou que novas rotas foram bloqueadas, aumentando a tensão no país.

Os bloqueios em Paratoni resultaram em violentos confrontos entre manifestantes e policiais, onde os civis usaram pedras e fogos de artifício, enquanto a polícia respondeu com gás lacrimogêneo, conforme relatado pela mídia local. A situação continua tensa, com a polícia tentando desbloquear as estradas sem o uso excessivo da força.

À frente dos protestos está o Pacto de Unidade, uma coalizão que inclui várias organizações populares que se mobilizam em defesa da liberdade e integridade de Morales, alegando que ele está sendo alvo de uma perseguição política.

O governo de Luis Arce já tentou dialogar com Morales, mas as negociações não avançaram. O ex-presidente, que governou a Bolívia por quase 14 anos, enfrenta investigações referentes a crimes de "estupro e tráfico de pessoas", ações que ele considera uma injustiça, chamando essas alegações de "mais uma mentira" fabricada por seus opositores políticos.

As manifestações não se restringem apenas a ações de bloqueio, mas também incluem marchas que têm atraído um grande número de apoiadores ao longo de diversas estradas importantes do país. A mobilização em massa reflete o forte apoio que Morales ainda possui entre uma significativa parte da população boliviana, especialmente entre os setores indígenas e rurais que vêem nele um símbolo de resistência. O que irá acontecer a seguir? As tensões entre o governo e os manifestantes estão longe de acabar e as próximas semanas serão cruciais para o futuro político da Bolívia.