Blue Origin adia novamente o lançamento histórico do foguete New Glenn
2025-01-13
Autor: Julia
Blue Origin adia novamente o lançamento histórico do foguete New Glenn
A Blue Origin, empresa de foguetes do fundador da Amazon, Jeff Bezos, anunciou nesta segunda-feira (13) o adiamento do tão esperado voo inaugural de seu foguete gigante, o New Glenn. O motivo para essa suspensão foram problemas técnicos que surgiram momentos antes do lançamento.
Com 98 metros de altura, aproximadamente o tamanho de um prédio de 32 andares, o New Glenn, que recebeu seu nome em homenagem ao lendário astronauta John Glenn, estava agendado para decolar de Cabo Canaveral às 06h00 GMT (03h00 no horário de Brasília). No entanto, a contagem regressiva foi interrompida diversas vezes enquanto as equipes tentavam solucionar as “anomalias” técnicas, culminando na suspensão oficial da missão cerca de duas horas depois.
Ariane Cornell, executiva da Blue Origin, afirmou durante uma transmissão ao vivo assistida por centenas de milhares de pessoas: “Abandonamos a tentativa de lançamento de hoje para resolver um problema no subsistema do veículo que nos levará além da nossa janela de lançamento. Estamos estudando possibilidades para nossa próxima tentativa.”
Os atrasos nos lançamentos são comuns na indústria aeroespacial e esse, em particular, já havia sofrido uma suspensão um dia antes, em razão das condições marítimas desfavoráveis.
A missão, chamada NG-1, é um marco importante para Jeff Bezos que busca competir diretamente com Elon Musk, que comanda a SpaceX, líder no mercado de lançamentos orbitais com sua popular linha de foguetes Falcon 9 e Falcon Heavy. A rivalidade entre esses gigantes do setor espacial está aquecendo, especialmente porque a SpaceX planejava realizar seu próprio teste orbital da Starship imediatamente após o evento do New Glenn.
A Blue Origin tem uma sólida experiência no turismo espacial com seu foguete New Shepard, mas até agora ainda não havia realizado um voo orbital. A satisfação de alcançar a órbita é fundamental para a Blue Origin, segundo o CEO David Limp, que ressaltou: “Alcançar a órbita é o nosso objetivo. Todo o resto será um bônus.”
Fisicamente, o New Glenn supera o Falcon 9 da SpaceX, que mede 70 metros de altura, e foi projetado para suportar cargas maiores, oferecendo um design mais amplo que é ideal para transportar cargas volumosas.
Recentemente, a Blue Origin firmou um contrato com a NASA para lançar duas sondas destinadas a Marte, além de disponibilizar o foguete para auxiliar no projeto Kuiper, que visa concorrer com a famosa rede de internet Starlink.
Enquanto isso, a SpaceX continua liderando a corrida espacial, com competidores como a United Launch Alliance, Arianespace e Rocket Lab muito atrás na disputa. A paixão de Bezos por voos espaciais é tão forte quanto a de Musk; no entanto, suas visões para o futuro espacial são diferentes. Enquanto Musk tem o sonho de colonizar Marte, Bezos imagina uma indústria pesada operando em plataformas espaciais flutuantes, almejando preservar a Terra, a "origem azul da humanidade".
Fundada em 2000, dois anos antes da SpaceX, a Blue Origin tem seguido uma abordagem de desenvolvimento mais cautelosa, o que tem gerado impaciência na comunidade espacial, segundo Scott Pace, analista de políticas espaciais na Universidade George Washington. Se o New Glenn tiver sucesso, isso proporcionará ao governo dos EUA uma “redundância” valiosa, oferecendo uma opção alternativa caso um sistema já em uso falhe.
Em meio a essa intensificação da competição espacial, as conexões de Musk com a administração dos Estados Unidos levantam questões sobre interesses conflitantes, especialmente em relação a parcerias na indústria espacial.