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Boeing sonhou com um Concorde, mas seu jato supersônico nunca decolou

2024-12-30

Autor: Ana

O ambicioso projeto da Boeing para um jato supersônico, denominado 2707, era verdadeiramente impressionante: com 96,9 metros de comprimento, ele poderia atingir até 2,7 vezes a velocidade do som e operar a altitudes superiores a 18 quilômetros. Um dos destaques de seu design era o nariz pontiagudo e extensível, que se abaixaria durante as decolagens e aterrissagens para oferecer aos pilotos uma melhor visibilidade.

No entanto, a Boeing encontrou obstáculos significativos ao tentar transformar essa visão em realidade. Competindo com ícones da aviação como os russos e o consórcio franco-britânico, a gigante aeroespacial não apenas queria liderar o mercado, mas também desenvolver uma aeronave com tecnologia mais avançada. Contudo, isso exigia inovações tecnológicas que estavam além da capacidade da época.

Consequentemente, a Boeing falhou em resolver os desafios técnicos necessários e viu seus concorrentes superar suas expectativas. O primeiro a sair do sonho foi o Tupolev TU-144, que fez seu voo inaugural em 31 de dezembro de 1968, seguido pelo tão aguardado Concorde, que levantou voo pela primeira vez em 2 de março de 1969.

Após o fracasso do 2707, a Boeing foi forçada a desistir de seu projeto de jato supersônico de passageiros em 1971. Apesar disso, a empresa garantiu que o trabalho realizado não foi em vão, pois contribuiu para o progresso de outras áreas e produtos da companhia.

Embora o supersônico 2707 nunca tenha deixado o chão, ele gerou um total de 122 encomendas de 26 companhias aéreas que acreditaram no potencial da inovação.

Boeing volta a investir em jatos executivos supersônicos

O anseio da Boeing por desenvolver uma aeronave civil supersônica nunca morreu. Em busca de uma nova oportunidade, em fevereiro do ano passado, a empresa anunciou um investimento na Aerion, com o objetivo de acelerar a criação e o design de aeronaves supersônicas. Os detalhes financeiros desse acordo foram mantidos em sigilo.

Como parte do acordo, a Boeing se comprometeu a fornecer recursos de engenharia, fabricação e testes de voo, além de conhecimento estratégico para colocar no mercado o jato executivo supersônico AS2 da Aerion. Este modelo foi projetado para atingir até 1,4 vezes a velocidade do som, equivalente a cerca de 1.600 km/h.

O AS2 não apenas promete voos incríveis, como também possui a capacidade de voar até 70% mais rápido que jatos executivos convencionais, economizando cerca de três horas em voos transatlânticos, enquanto atende aos rigorosos requisitos de desempenho ambiental. Mas, será que agora a Boeing finalmente conseguirá realizar o sonho do supersônico? A expectativa do mercado é alta!