
Boicote Global aos Produtos Americanos: A Revolta Contra as Tarifas de Trump
2025-04-11
Autor: Fernanda
Apesar de Donald Trump ter, temporariamente, suspendido suas polêmicas "tarifas do Dia da Liberdade", consumidores de diversas partes do mundo estão firme nos seus propósitos de boicotar produtos dos Estados Unidos. O movimento, amplamente disseminado por redes sociais e iniciativas de "compre local", ganhou força especialmente entre os parceiros comerciais tradicionais, do Canadá à Europa.
No início de abril, Trump impôs uma pesada sobretaxa sobre todas as importações para os EUA, gerando protestos internacionais. Embora tenha recuado um pouco ao anunciar uma pausa de 90 dias nas tarifas, ainda assim estabeleceu imposições severas, especialmente contra a China, que hoje enfrenta tarifas de 125%.
Reação Global: Mobilização em Massa
Com o avanço das tarifas, grupos no Facebook começaram a se organizar. O francês "Boycott USA: Achetez Français et Européen!" já conta com mais de 30 mil membros, enquanto os suecos se uniram em dois grupos que, juntos, somam mais de 180 mil participantes. Essa mobilização crescente mostra claramente o desejo de neutralizar as sanções de Trump.
Na Alemanha, uma pesquisa apontou que 64% da população está disposta a evitar produtos americanos sempre que possível. A resistência dos cidadãos não se limita à Alemanha; na União Europeia, iniciativas para reverter a presença americana nos supermercados têm sido notadas, com uma campanha que orienta os consumidores a colocar produtos dos EUA de cabeça para baixo nas prateleiras.
Impactos Diretos: Queda nas Vendas da Tesla
A Tesla, carro-chefe da revolta contra os produtos americanos, viu suas vendas despencarem 13% no primeiro trimestre de 2025, particularmente na Europa, onde caiu 45% em comparação ao ano anterior. Enquanto isso, marcas locais como Volkswagen estão em alta, liderando vendas de elétricos e deixando a Tesla para trás.
O Clima Anti-Trump e Suas Consequências no Canadá
O clima de rejeição a Trump favoreceu a ascensão do Partido Liberal no Canadá, com o ex-primeiro-ministro Justin Trudeau sendo substituído por Mark Carney como líder da oposição. Diversas províncias canadenses implementaram campanhas "Buy Canadian", e o governo de Ontário até cancelou um contrato significativo com a Starlink.
A vontade de boicotar produtos americanos se reflete em ações concretas: o Conselho de Bebidas Alcoólicas de Ontário decidiu parar de estocar whiskies e vinhos dos EUA, enquanto aplicativos e sites como Buy Beaver surgiram para facilitar a identificação de produtos canadenses.
Um Efeito Global e Lembranças do Passado
O sentimento anti-americano não é exclusivo da Europa e do Canadá. Líderes de várias economias estão cientes de que as tarifas podem resultar em retaliações. Há, inclusive, comparações com eventos passados, como a mudança de nome de batatas fritas para "freedom fries" em 2003, como forma de protesto.
A repercussão negativa para marcas americanas pode ser significativa, com consumidores mais inclinados a optar por alternativas locais. O professor Garritt van Dyk observa que essa resistência é uma forma de rejeição cultural e um desejo de muitos de não se sentirem parte da cultura americana.