Uma briga de família que já dura duas décadas pode ter sido o estopim para um crime horrendo em Torres, no Rio Grande do Sul, onde o envenenamento de um bolo resultou na morte de três pessoas. A principal suspeita, Deise Moura dos Anjos, tinha um histórico de conflitos intensos com a sogra, Zeli dos Anjos, que preparou o bolo fatal.

Perícias realizadas em amostras de urina e estômago das vítimas revelaram quantidades alarmantes de arsênio. De acordo com a Polícia Civil, a substância tóxica foi misturada diretamente na farinha utilizada na receita do bolo. As análises mostraram que as concentrações encontradas nas vítimas variavam, com a menor quantidade superando em 80 vezes o limite de segurança e a maior sendo 350 vezes superior. No bolo, a quantidade de arsênio encontrada na farinha foi ainda mais chocante, atingindo 2,7 mil vezes o que é considerado aceitável para consumo humano.

As vítimas, Neuza Denize Silva dos Anjos, de 65 anos, Tatiana Denize Silva dos Anjos, de 47, e Maida Berenice Flores da Silva, de 59, não sobrevivem à toxicidade do alimento. Zeli dos Anjos, quem fez o bolo, continua internada na Unidade de Terapia Intensiva, lutando pela vida, enquanto Deise Moura dos Anjos permanece sob custódia policial.

Outro ponto relevante no caso é a morte do ex-marido de Zeli, que ocorreu em setembro devido a uma intoxicação alimentar, levando a polícia a investigar se há uma conexão entre os dois casos. A exumação do corpo do ex-marido está em andamento, com a esperança de esclarecer mais sobre a misteriosa trama familiar.

Esta tragédia levanta questões sobre os limites da rivalidade familiar e os perigos de relacionamentos deteriorados. A polícia segue investigando o caso para determinar se mais pessoas estão envolvidas nessa rede de conflito e se há outros elementos que possam ter contribuído para esta terrível situação. O desfecho deste envenenamento chocante ainda está longe de ser resolvido.